Quanto à distribuição orgânica de armamento, as características próprias da guerra de guerrilhas, e mesmo as especificidades de cada frente, cedo levaram à criação de unidades que se afastavam do modelo convencional quer pela ausência de certo tipo de ameaças (aérea e blindada, por exemplo), quer pela necessidade de racionalizar os parcos meios existentes. Deste modo, desapareceram das unidades as armas anti-carros e antiaéreas, ou foram empregues noutras missões, como aconteceu com o lança-granadas-foguete.
As primeiras companhias de caçadores, que seguiram ainda em 1960, tinham distribuídas cento e dez espingardas Mauser, doze metralhadoras ligeiras Dreyse e três metralhadoras Breda – na orgânica convencional seriam nove Dreyse e três metralhadoras ligeiras com tripé. Esta tendência teria continuação: por um lado, redução nas armas ligeiras; por outro, descida de escalão das armas pesadas, montadas em viaturas e instaladas para defesa de aquartelamentos. Posteriormente, as companhias de caçadores foram dotadas de lança-granadas-foguete e de morteiros de 60 mm, que já se incluíam na dotação das unidades clássicas, mas com novo conceito de emprego. A título de exemplo, a distribuição na Guiné, nos anos 1960, era a que se refere no quadro à esquerda.
Na mesma época, um bigrupo do PAIGC e uma unidade equivalente das forças portuguesas (dois grupos de combate) dispunham do armamento que consta no quadro em baixo.
Bigrupo Dois Grupos de Combate
Efectivos 66 66
Pistola-metralhadora 14 –
Espingarda 12 58
Metralhadora ligeira 6 2
Metralhadora ligeira c/tripé 2 2
Metralhadora 12,7 2 –
Morteiro de 60 1 2
Morteiro de 80 1 –
LGF 6 2
De notar a superioridade do bigrupo em LGF e metralhadoras ligeiras.
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