O nó do problema de Angola residia em factores que eram exteriores ao seu território e que excederam os actores que actuaram no terreno.
Tratava-se de mais uma guerra de peões, instrumentos da «grande estratégia», condicionada pelo quadro internacional do conflito Leste-Oeste, pelo movimento descolonizador que se seguiu à II Guerra Mundial, pela natureza do regime português e pela sua política colonial.
Também o tipo de guerra conduzido pelos movimentos de libertação – a guerrilha, causadora de grande desgaste em forças convencionais, mantidas sob permanente tensão, e obrigando a uma escalada de investimentos para o seu apoio em grandes superfícies e exigindo sempre mais e mais efectivos nos teatros de operações – implicou desgaste de recursos humanos, materiais e financeiros, que excedia a capacidade da sua regeneração.
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