O conflito da Guiné enquadra-se, como o dos restantes territórios africanos portugueses, no âmbito geral do processo descolonizador, mas revela a particularidade de ter sido marcado pelas fortes personalidades de dois homens que a História colocou frente a frente: Amílcar Cabral e António de Spínola.
Sem tomar em consideração este confronto, será sempre incompleto o entendimento do conflito na Guiné. O PAIGC e as forças portuguesas que combateram naquele teatro de operações foram, em boa medida, modelados por ambos e foram eles que marcaram o ritmo da guerra.
Do ponto de vista português, a guerra na Guiné teve duas épocas – antes de Spínola (1963-1968) e o mandato de Spínola (1968-1973).
Do ponto de vista do PAIGC, a guerra não sofreu grandes alterações com a morte de Amílcar Cabral, porque os seus objectivos e a capacidade para os conseguir estavam já claramente definidos. Mas não é incorrecto separar o período Cabral do período pós-Cabral.
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