A quadrícula
A partir do último trimestre de 1961, depois de terminadas as acções de reconquista de posições e progressões sobre objectivos sucessivos em Angola, o conceito global de defesa terrestre dos teatros de operações ultramarinos passou a assentar no sistema de quadrícula. Nesta base, o Exército atribuía a cada província um comando local, uma Região Militar ou Comando Territorial, que se subdividiam em Zonas Militares (ou Zonas Operacionais), Sectores ou Comandos Territoriais, consoante o ditava a extensão do território e a actividade da guerrilha, sendo estes finalmente divididos em batalhões.
O Batalhão
O Batalhão correspondia ao tipo de unidade de maior dimensão que se organizava na metrópole como força expedicionária. A cada Batalhão era atribuída uma área de responsabilidade ou Zona de Acção (ZA), na qual era implantado o respectivo dispositivo. Dentro dessa área, o comando da unidade era responsável não apenas pelas operações militares, mas também pelo controlo, defesa e apoio social das populações civis nela residentes.
A Companhia e o capitão
A necessidade de levar a presença do Exército ao maior número de locais obrigou a que, em regra, os batalhões dividissem a sua ZA em zonas de acção de companhia. Deste modo, o aquartelamento isolado tipo, durante os 13 anos de guerra, era de escalão Companhia. Daqui resultava, para o respectivo comandante, um capitão, uma responsabilidade administrativa e logística, que, na Metrópole, só existia nos escalões Regimento (coronel) e Batalhão Independente (tenente-coronel).
Por outro lado, as próprias características do conflito determinavam que a maior parte das operações militares decorressem com efectivos de dois a três Grupos de Combate (50 a 80 homens), não requerendo, por esse motivo, o directo envolvimento de comandantes de patente superior a capitão. O capitão tornou-se assim, rapidamente, o posto-chave de toda a estrutura militar da contraguerrilha.
A importância dos capitães na guerra foi ímpar e havia de se tornar histórica. O contínuo aumento de efectivos em Angola, Moçambique e Guiné (Quadro A), conjugado com uma cada vez menor frequência da Academia Militar, cedo revelou serem insuficientes os quantitativos de capitães dos quadros permanentes (QP) do Exército que, a partir de 1970, não deixam de diminuir (Quadro B). A comparação dos dois quadros evidencia um aumento de efectivos, mas vai corresponder a uma diminuição do enquadramento com capitães do QP. As medidas tomadas para solucionar tal escassez constituem, em si mesmas, uma radiografia da situação de esgotamento a que se chegara (Quadro C).
Quadro A
Quadro B
Quadro C
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