Levantamento popular no Cunene contra a alta dos impostos, licenças e multas, levantamento ligado à agitação que percorria os povos ovambos do outro lado da fronteira, na Namíbia.
Criação do Comando da Defesa Marítima dos Portos do Zambeze, em Tete, Moçambique. A este comando foram atribuídos um Destacamento de Fuzileiros Especiais (DFE) e uma lancha de fiscalização, a Sabre. Do antecedente existia, desde 1970, um Destacamento da Marinha em Tete.
Sermão do padre Teles Sampaio contra a guerra, na Beira, em que denuncia os massacres de Mucumbura.
A 1 de Janeiro de 1972 celebrava-se em toda a Igreja o Dia Mundial da Paz, sob o tema “Se queres a paz trabalha pela justiça”. Na tarde desse dia, o padre Teles Sampaio, na Igreja do Sagrado Coração de Jesus do Macúti, mandada erigir por D. Sebastião Soares de Resende, proferiu uma homilia no seguimento do tema dado pelo Papa para aquela celebração. Referiu que a Igreja devia denunciar, quer a nível nacional quer internacional, as injustiças, especificando, quanto a Moçambique:
“(…) celebramos o Dia Mundial da Paz, estando em guerra em Moçambique. Antes não houvesse. Muitos querem convencer-se que não há. Muitos têm medo de dizer que há. A imprensa também não o diz (…) sabemos um pouco o que se passa no Norte, em Cabo Delgado e Tete (…)”.
Denuncia depois actos deploráveis levados a cabo por forças militares portuguesas na região de Mucumbura, apresentando dados concretos.
D. Manuel Vieira Pinto, bispo de Nampula, critica violentamente o Governo e a sua política de guerra.
A Guerra Colonial dividiu profundamente a Igreja Católica em Moçambique. Uma parte da hierarquia, liderada pelo arcebispo de Lourenço Marques, D. Custódio Alvim Pereira, defendia expressamente as posições do Governo, outra parte, mais numerosa, cujo expoente máximo era o bispo de Nampula, D. Manuel Vieira Pinto, criticava abertamente a identificação da Igreja com a política do Governo e preparava-se para defender o direito à independência.
Numa posição intermédia encontrava-se o presidente da Conferência Episcopal, D. Francisco Teixeira, que se queria em uníssono com as posições do Vaticano de recusa da intervenção da Igreja na política, quer para defender o colonialismo, quer para advogar a independência.
A posição era a de defender os direitos humanos, mas sem fazer disso um cavalo de batalha com as autoridades portuguesas.
A 9 de Janeiro, quando se realizava a cerimónia de promessa de alguns “lobitos” do Corpo Nacional de Escutas na igreja do Macúti, o coadjutor da paróquia e o chefe do Agrupamento de Escuteiros, um afilhado de Jorge Jardim, entraram em litígio sobre a presença, ou não, da bandeira nacional durante a referida cerimónia.
Ultrapassada a situação, a bandeira acabou por estar presente durante a celebração. No fim da mesma, um inspector da DGS de imediato interrogou os padres e alguns escuteiros sobre os acontecimentos. Também acorreram ao local um jornalista e três oficiais do Exército não uniformizados.
No dia seguinte, surgiu no Notícias da Beira, um jornal que pertencia a Jorge Jardim depois de ter sido da diocese da Beira, um artigo intitulado “Crime contra a harmonia racial — Padres Sampaio e Fernando, nós denunciamos”, acompanhado de cinco fotografias com a legenda “Foi este o homem que impediu a entrada da Bandeira Nacional na Igreja do Macúti”.
A 14, os padres são presos e julgados um ano depois. O acórdão do 1º Tribunal Militar Territorial de Moçambique, datado de 26 de Janeiro de 1973, que concede a liberdade aos padres, pode ser considerado um modelo de isenção do poder judicial face ao poder político.
Na madrugada de 12 de Janeiro um comando da ARA colocou duas potentes cargas, uma explosiva e outra incendiária, num dos armazéns do cais de Alcântara em Lisboa. Em consequência da forte explosão e do incêndio que se lhe seguiu foi destruída grande quantidade de material pronto a embarcar para a guerra colonial no navio Muxima. Entre este encontrava-se material de guerra recém-chegado de França e destinado a unidades de Pára-quedistas.
Forças portuguesas capturaram duas rampas de foguetões do PAIGC, na Guiné, na região de Aldeia Formosa.
No decorrer de uma operação de emboscadas na região de Aldeia Formosa-Uane-Xitole, forças portuguesas da Companhia de Caçadores 18 (recrutamento da Província) emboscaram um grupo do PAIGC, a quem causaram seis mortos e apreenderam dois foguetões de 122mm completos, e um foguetão 122mm sem a granada, além de espingardas Kalashnikov, pistolas-metralhadoras PPSH e granadas de canhão sem recuo.
Conclusão do inquérito feito pelo Exército aos massacres de Mucumbura, concluindo o oficial averiguante não se provar “que as nossas tropas tenham cometido quaisquer represálias, violências ou massacres”.
Repercussões em Angola das greves que ocorreram no Sudoeste Africano, criando agitação junto à fronteira com a Namíbia.
A 19 de Janeiro reuniram-se entre os marcos fronteiriços 21 e 26 cerca de 250 ovambos que atacaram uma patrulha da polícia com catanas, facas e cacetes e agrediram três agentes. No dia seguinte, cerca de 250 cuanhamas reuniram-se e pediram a abolição do imposto mínimo. De 19 para 20 foram destruídos mais de dez quilómetros de vedação da fronteira e incendiados equipamentos dos Serviços de Veterinária. A 20 de Janeiro realizou-se uma reunião com mais de 2000 pessoas em Unongue/Namacunde para falarem com as autoridades. Como estas não apareceram marcaram nova reunião e incendiaram mangas de vacinação de gado.
A 23 de Janeiro foi exigido a um comerciante branco que abandonasse o local junto à fronteira onde vivia. Nesse dia foi incendiada a casa do soba Mateus.
A DGS relacionava esta agitação com as greves no Sudoeste Africano e concluía: “Esta situação, de consequências imprevisíveis, poderá vir a ser aproveitada pelo inimigo que, conhecedor de todos estes acontecimentos e da receptividade dos cuanhamas a tudo quanto se relacione com a subversão, acabará por enviar para a citada região os seus agentes”.
Reunião de congressistas americanos com líderes de movimentos de libertação em Lusaca.
A conferência foi organizada pelo Instituto Afro-Americana, com sede em Nova Iorque e financiada pela Fundação Ford e a Corporação Carnegie, duas organizações conservadoras americanas.
Participaram na conferência nove congressistas americanos e delegados de 11 países africanos e também do MPLA, da FRELIMO e do PAIGC.
Golpe de mão de guerrilheiros do PAIGC comandados por Queba Sambu, a Catió, no Sul da Guiné, durante o qual foram feitos prisioneiros dois militares portugueses, um cabo e um soldado.
Preocupação do Governo de Lisboa com a situação em Tete.
O ministro da Defesa, Sá Viana Rebelo, enviou um telegrama a Kaúlza de Arriaga manifestando a preocupação do Governo pela situação em Tete e a inquietação das autoridades do Malawi com a segurança na estrada internacional em território de Moçambique. Por outro lado, adiantava que o comandante da ZOT estava a ser conduzido pelos acontecimentos e sem iniciativa, resultando dessa sua incapacidade para o comando violentas acções repressivas sobre as aldeias e as populações em território português e mesmo em território do Malawi.
Na resposta, Kaúlza de Arriaga respondeu a Sá Viana Rebelo:
“Não vejo razão para que a situação de Tete preocupe cada vez mais o governo quando tem melhorado progressivamente”.
Aprovação, pelo Conselho de Segurança da ONU, reunido extraordinariamente em Adis Abeba, de uma resolução de apoio aos movimentos nacionalistas de Angola, Guiné e Moçambique.
Conferência do ministro do Ultramar, Silva Cunha, sobre o “problema das transferências” de divisas entre o Ultramar e a Metrópole, no Instituto de Altos Estudos Militares, feita ao Curso de Altos Comandos.
Emboscada com lança-foguetes a uma coluna militar na estrada Tete-Songo (Cahora Bassa).
A emboscada, com lança-foguetes RPG deu-se a 12 quilómetros de Marara e destruiu um camião da ZAMCO carregado de explosivos para as obras da barragem de Cahora Bassa, causando seis mortos e 11 feridos graves.
Relatório da DGS sobre a situação de Cabo Delgado, Moçambique, referindo a fuga dos aldeamentos e as redes clandestinas da FRELIMO.
A DGS traçava um cenário muito preocupante dos aldeamentos da região de Cabo Delgado, de onde se verificavam fugas e onde foi descoberta uma rede de apoiantes da FRELIMO que incluía cipaios e polícias da administração portuguesa:
“Continuam a efectuar-se detenções de nativos implicados em actividades subversivas, no Chai, no Quiterajo, no Mucojo. No aldeamento de Mueda vão-se repetindo fugas de nativos para o mato, sem que seja possível evitá-las (…) isto porque as redes subversivas ali sucedem-se, mau grado o sistemático desmantelamento das mesmas efectuado pela Subdelegação da DGS de Porto Amélia. Ainda recentemente aquela dependência capturou ali um cipaio da administração e um guarda auxiliar da PSP que confessaram serem os chefes de uma das redes que tinha por missão fomentar a fuga de aldeados para a clandestinidade. Deram a conhecer vários outros elementos, alguns dos quais guardas administrativos.
Nos aldeamentos da zona de acção violenta o panorama subversivo tende a agravar-se de dia para dia. Verifica-se a necessidade da existência de um controlo absoluto nos aldeamentos atrás referidos, porquanto na sua maioria são compostos por mulheres e crianças, que vivem ligados por sentimentos e laços familiares às gentes do mato, a quem prestam todo o auxílio possível. Os poucos homens válidos ou estiveram na clandestinidade e a sua vinda até nós ou foi forçada (captura) ou então deve-se a determinação do inimigo, para qualquer fim em vista, exceptuando como é lógico, uma ou outra apresentação, sem significado. (…)
Numa tentativa de contrariar o que está mal, procurou a Subdelegação da DGS de Porto Amélia o recrutamento de informadores autóctones ligados às administrações locais ou estabelecimentos militares, mas verificou-se que estes na sua maioria estavam ligados ao inimigo, tal como em Mueda. Em Palma o próprio chefe da secretaria era o responsável de uma das células, em Nangade o intérprete e vários cipaios estavam ligados à FRELIMO desde há muito, em Mocímboa do Rovuma, Nhica e Chai verificava-se igual panorama”.
Ninguém era de confiança
“Milícias, GE ou guardas administrativos, quando não enquadrados por militares europeus, não oferecem qualquer garantia válida na guarda de elementos que, ideologicamente, nos são desafectos. Os autóctones dos aldeamentos das áreas do Quiterajo, Mucojo, Macomia, Muaguide, Meluco, Ancuabe e Nairoto, chamados de contenção, foram aliciados para a FRELIMO na sua quase totalidade nos anos de 1964 e 1965 e, embora não desejem abandonar o seu habitat, estão ideologicamente ao lado da subversão, oferecendo-lhe além da comunhão das ideias, vestuário, alimentação e as informações de que o inimigo carece”.
Directiva do Comando-Chefe para a regulamentação do emprego das Tropas Especiais (TE), em Angola.
A directiva, assinada pelo general Costa Gomes, referia que desde a criação das TE, em 1966, por motivos de segurança se evitou recorrer a despachos e determinações escritas relativas a estas tropas, mas que era agora necessário reunir num documento as ideias base que deviam regular o emprego das TE.
O recrutamento inicial das TE teve como base guerrilheiros apresentados às tropas portuguesas e o seu aproveitamento destinava-se a furtar elementos aos movimentos guerrilheiros e aproveitar a sua experiência de combate. As missões previstas eram as de guerrilha activa e só muito excepcionalmente deveriam ser utilizadas em escoltas ou protecções. Não deveriam ser sobrecarregadas com tarefas de rotina e o seu emprego em operações especiais, fora do território nacional, só poderia ser feito com consentimento do comandante-chefe de Angola.
As TE dependiam sempre de uma companhia do Exército para efeitos administrativos e logísticos e estariam dependentes dos comandos de batalhão para efeitos operacionais.
Reconhecia-se ainda que as TE tinham chefes próprios, devendo existir em cada sector um chefe geral. As subunidades do tipo Grupo de Combate tinham a designação de Grupos e, não estando sujeitos ao Regulamento de Disciplina Militar nem ao Código de Justiça Militar, as sanções disciplinares aplicáveis eram reguladas por normas próprias baseadas nos usos e costumes locais e orientadas por “Normas Internas Para Aplicação de Disciplina a TE”.
Decisão, tomada pelo governador-geral Rebocho Vaz e pelo comandante-chefe de Angola Costa Gomes, para a entrega a Jonas Savimbi de um salvo-conduto, no âmbito da Operação Madeira.
Recondução do general Kaúlza de Arriaga como comandante-chefe das Forças Armadas em Moçambique.
No discurso que proferiu, a 31 de Março, perante os oficiais e as autoridades que lhe foram apresentar cumprimentos disse:
“É verdade que os cargos em que sou reconduzido exigem de mim a continuação de um esforço moral e físico enorme e têm, no plano familiar, aspectos negativos. Mas não é menos verdade que os mesmos cargos são altamente honrosos e se revestem de aliciante fascínio”.
No Verão do ano seguinte, Marcelo Caetano dava-lhe por finda a comissão.
Primeiro encontro de delegados de Savimbi com o grupo de trabalho Madeira, no âmbito da Operação Madeira.
Este primeiro encontro entre delegados de Savimbi e elementos do grupo de trabalho Madeira, constituído no comando da Zona Militar Leste, ocorreu no Luso.
Savimbi tinha escrito numa carta de resposta aos militares do grupo de trabalho dizendo que “não tinha qualquer aspiração que se situasse fora do problema de Angola como um todo … e que depois disso, seria o governo do Estado de Angola a decidir o que quer fazer…” e os delegados portugueses questionaram o representante da UNITA sobre o significado da expressão de “tratar Angola como um todo”, tentando perceber o que Savimbi pretendia. A resposta do homem de Savimbi toca na questão do futuro de Angola – eles queriam saber quais seriam as relações de Angola, a que o Governo português atribuíra o estatuto de Estado na nova Constituição, com Portugal e também queriam saber o que iria passar em Angola, agora que era um Estado.
Início de uma visita de uma delegação da ONU às zonas libertadas da Guiné-Bissau, que se prolongou até dia 8.
A visita
A missão que visitou a Guiné era constituída por três membros efectivos, representantes do Equador, Suécia e Tunísia e por dois funcionários da ONU. Efectuou a visita entre 2 e 8 de Abril e esteve na zona de Catió e Quitafine onde, de acordo com o relatório, observou estruturas militares, escolas e armazéns. Do relatório da visita constam apreciações sobre a situação no campo do ensino, da saúde, da administração da justiça, da reconstrução da economia e da formação de uma assembleia nacional. Esta visita, tal como outras levadas a cabo pela ONU e pelo PAIGC, contribuiu decisivamente para uma crescente aceitação daquilo que veio a tornar-se inevitável – a declaração unilateral da independência da Guiné-Bissau.
A resposta portuguesa
Enquanto decorreu a visita, as forças portuguesas tentaram perturbá-la com acções militares, mas sem porem em risco a vida dos membros da ONU. As grandes acções ocorreram após a visita. Para demonstrar a inexistência de regiões libertadas, condição essencial para que a Guiné viesse a ser reconhecida como Estado independente, foram realizadas várias operações no Cantanhez e nas zonas onde o PAIGC tinha uma forte componente militar – regiões de Bedanda, Cabolol, Tombali, Guileje.
As bombas explodiram cerca das duas horas da madrugada, junto a um posto de gasolina e a um edifício público. As autoridades portuguesas atribuíram este atentado à ARA, a organização de luta armada do Partido Comunista, o que não se confirmou.
Início da operação de lançamento de desfolhantes no Norte de Moçambique com aviões sul-africanos.
Seis aviões de monda química registados na África do Sul voaram de Joanesburgo para a Base Aérea de Nacala e daí para Mueda.
A partir do aeródromo-base de Mueda iniciaram a operação de lançamento de desfolhantes químicos sobre lavras situadas na margem sul do rio Rovuma a 6 de Abril, operando com escolta de aviões T6 da Força Aérea.
A missão destes seis aviões era destruir as colheitas para retirar apoio aos guerrilheiros. Fizeram-no espalhando sobre as plantações (machambas) o poderoso agente 24 D, baseado no herbicida Convolvotox.
Operação Penada: os Pára-quedistas saltam em Tete.
Em 1972, a FRELIMO exercia o seu esforço militar na região de Tete. Os guerrilheiros infiltravam-se pela penetrante do rio Capoche em direcção à barragem de Cahora Bassa, vindos da Zâmbia, ou pela Rodésia de Ian Smith, causando preocupações aos dirigentes da colónia rebelde que declarara a independência branca e unilateral.
Elementos das forças de segurança rodesianas penetravam em Moçambique, perseguindo guerrilheiros, e unidades completas participavam em operações militares com as forças portuguesas, nomeadamente através de destacamentos de helicópteros estacionados em Chicoa, e de pisteiros. As forças portuguesas, sob o comando do general Kaúlza de Arriaga, não acertavam com uma resposta adequada e eram acusadas pelos rodesianos de pouco eficientes.
Numa apreciação geral, os militares de Ian Smith consideravam que os militares portugueses dispunham de um mau serviço de informações, o que não lhes permitia conhecer os movimentos e as localizações dos guerrilheiros, a sua mobilidade era reduzida devido ao baixo número de helicópteros, o emprego de forças africanas não regulares, Grupos Especiais (GE) e Grupos Especiais Pára-quedistas (GEP) não retirava o melhor rendimento das suas características e, por último, a acção dos militares portugueses era de apatia, não perseguindo nem destruindo os grupos de guerrilheiros.
É neste contexto, tendo como objectivo não declarado demonstrar aos rodesianos as capacidades operacionais das forças portuguesas, e também no âmbito de uma acção para impedir que uma delegação da ONU entrasse em Moçambique, que em Abril de 1972 o Batalhão de Caçadores Pára-quedistas 31 recebe a missão de realizar uma série de operações, a que foi dado o nome de Penada, junto às fronteiras com a Zâmbia, Malawi e Rodésia. Estas operações iniciaram-se com um lançamento em pára-quedas, a terceira operação deste tipo realizada em Moçambique, a que se seguiu um intenso esforço operacional com grande emprego de helicópteros para deslocamento de tropas na zona fronteiriça.
Visita de Silva Pais, director-geral da DGS, a Moçambique, para presidir a uma reunião dos serviços de informações de Moçambique, de Angola e da Rodésia.
A FNLA anuncia a reorganização das suas forças militares.
A reorganização incluiu a criação de um Comando Supremo, em substituição do Estado-Maior Central, e a criação de três estados-maiores nas frentes de guerra.
Esta alteração resultou de uma revolta entre os oficiais da FNLA que se opunham a Holden Roberto e que obrigou o Exército do Zaire a intervir.
Abate de um avião militar português pela defesa antiaérea da Tanzânia.
Um T-6 da FAP de escolta aos aviões sul-africanos de monda química foi abatido por fogo antiaéreo a partir de uma povoação da margem norte do rio Rovuma, despenhando-se na Tanzânia. O tenente piloto morreu, não tendo sido possível recuperar o seu corpo.
Três dias após o abate do T-6, a Força Aérea retaliou sobre a povoação tanzaniana, atacando-a com aviões Fiat G-91 que largaram bombas de 50 kg e de 100 kg. Os aviões sul-africanos deixaram Mueda depois de um deles ter sido atingido a partir de terra.
O general Paiva Brandão é nomeado chefe do Estado-Maior do Exército, em substituição do general Augusto dos Santos.
O general Paiva Brandão, na sua qualidade de chefe do Estado-Maior do Exército e por ser o oficial general mais antigo presente na cerimónia, virá a fazer o discurso de apoio a Marcelo Caetano em Março de 1974, na reunião que ficou conhecida por “brigada do reumático”.
Emboscada no Quirafo (Guiné) causa 16 mortos a uma força portuguesa.
A emboscada ocorreu quando uma força portuguesa seguia com uma viatura GMC e um Unimog da povoação de Saltinho (ponte sobre o rio Geba) para abrir uma picada entre Quirafo e a foz do rio Cantoro.
A acção causou 16 mortos entre os militares, dos quais 11 soldados europeus e cinco milícias e um número indeterminado de civis.
Nesta emboscada o PAIGC utilizou um canhão sem recuo, além de lança-foguetes RPG e espingardas Kalashnikov.
Oferta de material hospitalar da África do Sul a Moçambique.
Esta oferta foi feita pela Southern Cross Fond, uma organização que prestava apoio às Forças Armadas Sul-Africanas e fazia parte da campanha de apoio da África do Sul às forças portuguesas em Moçambique.
Entre o material contava-se o equipamento para apetrechar um dos pavilhões do hospital militar e um avião-ambulância Dakota, equipado com nove macas. Este avião seria tripulado por pessoal da Força Aérea Portuguesa.
Visita dos adidos militares dos Estados Unidos, Inglaterra, Venezuela e África do Sul à Guiné.
Era a resposta possível do Governo e de Spínola à visita da delegação da ONU às regiões libertadas – quatro adidos militares acreditados em Lisboa contra os diplomatas das Nações Unidas.
Constituição de uma comissão inter-ministerial para estudar e implementar o fabrico em Portugal de viaturas militares.
O elevado montante atribuído à aquisição de viaturas militares para as Forças Armadas e o seu desgaste, e considerado o facto de todas elas serem importadas, levaram o Governo a equacionar o seu fabrico, sob licença, em Portugal. Para isso foi criada uma comissão com elementos dos ministérios da Economia, da Defesa, das Finanças, um representante dos estabelecimentos industriais militares e um da indústria de peças para automóveis, com o objectivo de estudar a forma de fabricar em Portugal as viaturas operacionais com o máximo de incorporação nacional, de forma a “no mais curto espaço de tempo se limitarem as importações apenas aos componentes que técnica ou economicamente não sejam de produzir no nosso País”.
A comissão, presidida pelo representante do Ministério da Economia, devia negociar com a Mercedes Benz um contrato de licença de fabrico de Unimogs, não só para Portugal mas também para exportação, e analisar os termos em que a Automobilles M. Berliet prestava a sua assistência à metalúrgica Duarte Ferreira, avaliando a possibilidade de assegurar o direito à exportação.
We use cookies to personalise content and ads, to provide social media features and to analyse our traffic. We also share information about your use of our site with our social media, advertising and analytics partners. View more