1971 - Lutar em novas frentes

1971
Síntese militar

Depois de no ano anterior se ter registado uma pequena diminuição nos efectivos conjuntos do Exército nos três teatros de operações, o ano de 1971 vai ser o do maior reforço global registado desde 1965. De facto, o número de tropas vai crescer dos 120 720 do final de 1970 para o valor de 135 775 no final deste ano. Trata-se de um notável crescimento de 12,47%, mas é preciso referir que esse crescimento tem muito a ver com o aumento do recrutamento local, que passa de 32,65% do total de forças, em 1970, para 40,10% em 1971.

No capítulo da organização, deve salientar-se a transformação da Zona Militar Leste, em Angola, em comando conjunto, integrando, por conseguinte, forças dos três ramos das Forças Armadas, e tendo como comandante um general (e não um brigadeiro, como sucedia, normalmente, nos comandos de zona militar). Esta experiência foi bastante bem sucedida, deixando perceber a vantagem que as forças portuguesas adquiriam com a criação de comandos conjuntos. Foi, em grande medida, o que se procurou fazer em Moçambique, com a criação da Zona Operacional de Tete (ZOT), abrangendo os sectores F, G, H (Tete, Chicoa/Fingo e Furancungo), e sendo a região colocada sob autoridade militar. Mas as semelhanças com o caso do Leste de Angola quase se ficavam por aí, não sendo motivo de surpresa a inferior qualidade de resultados obtidos em Tete.

Enquanto a actividade operacional passou por um período de intensa acção nos três teatros de operações africanos, agravava-se a cada dia a problemática do enquadramento com pessoal do QP. Para além da escassez de oficiais já sobejamente referida, importa salientar que a situação era igualmente grave quanto aos sargentos. Diminuía progressivamente o número de jovens atraídos pela carreira, e, sobretudo a partir de 1967, a necessidade de formar mais oficiais a partir de sargentos fazia com que o número destes decrescesse também, devido a saídas pelo topo da escala, isto é, devido à promoção a oficial. Deste modo, em vez de cada unidade tipo companhia contar com um mínimo de seis sargentos do QP, ao iniciar-se a década de 1970 esse valor tinha baixado para três, e, por volta de 1972, raras eram as companhias que dispunham de mais do que um ou dois.

 

As acções logísticas absorviam a maior parte da actividade das unidades de quadrícula. [AHM]

 

 

 

 

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