Relatório do chefe de uma Equipa Especial de Informações em Moçambique sobre a situação no Norte do Distrito de Cabo Delgado, junto à fronteira com a Tanzânia: “Continuam a fazer–se promessas que sabemos de antemão não se cumprirem”.
Extracto do relatório de 30 de Setembro do chefe da Equipa 109/C sobre a situação entre Mocímboa do Rovuma e Nangade, Norte de Moçambique:
“A população autóctone continua à espera que os seus mais prementes problemas sejam resolvidos. Cada vez mais julgo que, se se houvessem resolvido os problemas económicos e sociais das massas negras, poderíamos estar numa posição mais confortável (…) em Nassombe nunca houve enfermeiro, o posto de Negomano não tem medicamentos, a Delegação de Saúde de Mueda ainda só recebeu os medicamentos referentes ao primeiro trimestre do ano e há pouco tempo o autóctone passou a pagar os tratamentos (1$00) tendo as autoridades administrativas recebido ordem para nas “banjas” informarem que uma vez que passavam a pagar haviam que ter sempre medicamentos. Continuam a fazer-se promessas que sabemos de antemão não se cumprirem.
Nos tempos que correm suponho que tais atitudes, em vez de nos aproximarem das populações, pelo contrário nos afastam.”
Este relatório é interessante por explicar a situação na zona de Mueda, um ano antes da guerra começar a 24 de Setembro de 1964.
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