1973 - Perder a guerra e as ilusões

1973
Perder a guerra e as ilusões

O ano de 1973 foi o ano de todas as confirmações, a maior parte delas de cariz bem negativo para as tropas portuguesas.

Confirmou-se a tendência da constante necessidade de mais tropas, bem expressa na correspondência remetida para Lisboa pelos chefes militares, sobretudo da Guiné e de Moçambique. Os efectivos do Exército no conjunto dos três teatros de operações atingem, no final do ano, o seu valor mais elevado desde o início da guerra: 149 090. Este aumento de 8,83% dos efectivos, em fase tão adiantada do conflito, deveu-se, em parte, a um ano excepcionalmente favorável no que concerne ao recrutamento metropolitano, permitindo ter mobilizados, nos três territórios em guerra, nada menos de 87 274 homens, superando o valor mais alto até então registado – 84 636 em 1967; noutra parte, embora menos significativa, deveu-se ao continuado recurso ao recrutamento local.

 

 

Confirmou-se a melhoria geral da situação em Angola, a qual viria a ser descrita, com alguma leviandade, como correspondendo a um cenário de “guerra ganha”, quando o que é indubitável é que os efectivos do Exército vão subir, do final de 1972 para o final de 1973, de 60 317 para 65 592, correspondendo ao maior reforço dos três teatros de operações (Guiné: de 29 957 para 32 035 e Moçambique: de 46 723 para 51 463).

Confirmou-se a gravidade da situação operacional, reflectida no maior número de mortos em combate desde o início da guerra: 465. Este valor apresentava a particularidade de ter, da parte de Angola, o contributo mais baixo desde o início do conflito, com apenas 51 mortos. O valor global alcançado ilustrava, por conseguinte, o agravamento da situação em Moçambique e, principalmente, na Guiné.

 

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