1973 - Perder a guerra e as ilusões

1973 - Perder a guerra e as ilusões

Os Acontecimentos

  • 1
      1973

    1/1973 - 

    Revolta do Leste, de dissidentes do MPLA chefiados por Daniel Chipenda, contra a liderança de Agostinho Neto.

    Os problemas internos do MPLA ressurgiram em 1973-74. A Revolta do Leste, liderada por Daniel Chipenda, desafiou sem sucesso a liderança de Agostinho Neto, resultando na adesão de Chipenda à FNLA acompanhado pelas suas forças. Um tipo diferente de revolta deu-se no ano seguinte, a Revolta Activa, que foi uma crítica política à liderança de Agostinho Neto, uma tentativa sem violência de Mário de Andrade e outros intelectuais para mudar o rumo do movimento.

    Muitos dos protagonistas foram encarcerados ou exilados até à amnistia em 1978.

  • 01
      01/1973

    01/01/1973 - 

    Entrada em vigor do Acordo de Comércio Livre entre Portugal e a CEE.

    A Comunidade Económica Europeia tornara-se o maior parceiro económico de Portugal. Entre 1962 e 1973, o peso das colónias nas importações e nas exportações portuguesas passa, respectivamente, de 12,4 para 10,1%, e de 22,4 para 14,8%.

    Apesar desta descida, que significava uma alteração dos destinos económicos, Portugal importava e exportava menos de/e para as suas colónias, acentuava-se a aliança política e militar com a África do Sul e a Rodésia e os “ultras” do regime continuavam a fazer depender Portugal das suas colónias.

  • 03
      01/1973

    03/01/1973 - 

    Chegada a Pretória do primeiro grupo de militares portugueses feridos da guerra de Moçambique.

    O primeiro grupo era constituído por sete feridos e chegou em avião-ambulância ao aeroporto militar de Pretória, sendo levados para o hospital militar.

    Este apoio sanitário foi prestado ao abrigo de um acordo entre as Forças Armadas Portuguesas e a Forças Armadas Sul-Africanas e começou por contemplar apenas Moçambique, mas estendeu-se a Angola. Eram aviões da África do Sul a fazer o transporte e, caso falecessem militares portugueses, a responsabilidade pela trasladação e funeral seriam de Portugal.

    Este grupo era constituído por amputados que seriam operados a 5 de Janeiro.

  • 06
      01/1973

    06/01/1973 - 

    Explosões em Lisboa com engenhos accionados com sistema de relógio.

    Foram accionados explosivos com sistema de relógio na Calçada Marquês de Abrantes, na Avenida D. Carlos, no Largo do Rato, Praça de Londres, Praça do Comércio e Duque da Terceira, Largo Martim Moniz, de Dona Estefânia, de Sete Rios, Chile, Praça de Espanha, Rua de Ferreira Borges, Campo de Santana, Santa Apolónia, Moscavide.

    Esta acção foi conduzida pelas Brigadas Revolucionárias (BR) em apoio às contestações dos católicos na passagem do ano – Dia Mundial da Paz.

     

  • 06
      01/1973

    06/01/1973 - 

    O bispo de Tete comunica ao governador-geral de Moçambique a ocorrência dos massacres de Wiriyamu.

    Ao primeiro relatório feito pelos padres da missão de S. Pedro, da ordem dos Padres de Burgos, logo na sequência dos acontecimentos de 16 de Dezembro e que se referia a Chawola, seguiu-se um outro que constituiu uma segunda parte, que referia o que se passou em Jowao e Wiriyamu.

    O bispo de Tete foi criticado por alguns missionários por ter demorado muito tempo a reagir.

  • 08
      01/1973

    08/01/1973 - 

    Amílcar Cabral anuncia que o Estado da Guiné-Bissau seria proclamado em 1973. Esta promessa foi feita no final da Mensagem de Ano Novo lida por Amílcar Cabral na Rádio de Libertação, a emissora do PAIGC.

  • 08
      01/1973

    08/01/1973 - 

    Início do julgamento dos padres do Macúti no Tribunal Militar de Moçambique, em Lourenço Marques.

    As autoridades militares de Moçambique estavam muito preocupadas com as possibilidades de defesa dos padres e sugeriram que o promotor do tribunal, um tenente-coronel de Infantaria, fosse substituído por alguém com maior experiência na Justiça. Consideravam este julgamento ainda mais complexo que o dos padres de Burgos.

    O julgamento terminou a 31 de Janeiro, tendo o padre Teles Sampaio sido condenado a 20 meses de prisão com pena suspensa e o padre Marques Mendes a cinco meses de prisão, o que foi considerado pelas autoridades militares portuguesas como muito brando e o tribunal muito benévolo.

  • 11
      01/1973

    11/01/1973 - 

    Demissão dos funcionários públicos que participaram na vigília da capela do Rato.

    Por decisão do Conselho de Ministros, foram demitidos os doze funcionários públicos que tinham participado na vigília organizada na capela do Rato. Esta medida originou o envio ao presidente do Conselho de um abaixo-assinado de protesto subscrito por mais de 400 personalidades das mais diversas áreas de actividade. Na Assembleia Nacional, o deputado Miller Guerra, da Ala Liberal, defendeu os participantes dessa vigília merecendo a crítica dos “ultras” do regime. O deputado Casal-Ribeiro perguntou-lhe se ele achava bem que se discutisse a presença de Portugal no Ultramar e Miller Guerra respondeu-lhe que sim, não só na igreja, mas também em qualquer outra parte.

    As contradições no interior do regime acentuavam-se sem que Marcelo Caetano conseguisse definir uma política.

  • 13
      01/1973

    13/01/1973 - 

    Marcelo Caetano, numa “conversa em família” transmitida pela televisão e pela rádio, declara que “só temos um caminho, defender o Ultramar”.

    Na sequência da vigília da capela do Rato, Marcelo Caetano fez uma reafirmação da política de intransigência relativamente ao Ultramar e dirigiu-se em particular aos meios católicos que contestavam o regime, classificando-os, não como católicos, mas como “cristãos com casos de consciência”:

    “Parece que há cristãos com casos de consciência por causa do Ultramar.(…) Pondo as mãos em atitudes devotas ou espetando o dedo a proferir sentenças de moral.

    Que bom ser moralista! Que bom, no remanso de sua casa, antes ou depois do jantar, dizer como as coisas devem correr para tudo ficar no melhor dos mundos! Que bom poder resolver os problemas de consciência com algumas sentenças ambíguas, praticando gestos inconsequentes, ou fazendo prédicas e orações!”

  • 19
      01/1973

    19/01/1973 - 

    Operação com lançamento de Pára-quedistas rodesianos em Moçambique, na zona de Tete.

    Com o agravamento da situação na zona de Tete, intensificaram-se as operações dos rodesianos em território moçambicano. Os rodesianos, tal como os sul-africanos, estavam cada vez mais preocupados com a situação em Moçambique. A primeira operação de lançamento de Pára-quedistas rodesianos fora da Rodésia teve lugar a 19 de Janeiro de 1973 com a autorização dos responsáveis portugueses. A primeira equipa foi lançada a oeste do rio Musengezi, 36 quilómetros no interior de Moçambique. A segunda equipa foi lançada a este do rio. Durante o lançamento de pára-quedas os rodesianos sofreram um morto e um ferido.

  • 20
      01/1973

    20/01/1973 - 

    Assassínio de Amílcar Cabral, em Conacri.

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