1963 - Guiné, uma nova frente de combate

Os Acontecimentos

  • 14
      05/1963

    14/05/1963 - 

    Reunião entre Salazar e Franco, em Mérida.

    Salazar e Franco encontram-se em Mérida. [DGARQ-TT-O Século]

  • 22
      05/1963

    22/05/1963 - 

    Colisão de dois aviões sobre a região de Catió, no Sul da Guiné, tendo um dos pilotos morrido e o outro conseguido aterrar de emergência numa bolanha junto a Tombali. O piloto sobrevivente – sargento Lobato – foi capturado por guerrilheiros do PAIGC e levado para Conacri, onde passou largos anos preso até ser libertado durante a Operação Mar Verde em 1970. Foi o único piloto da Força Aérea feito prisioneiro.

    Um caso de ética militar e uma questão política

    Passado algum tempo de prisão em Conacri, em situações dificílimas, o PAIGC propôs a Lobato que assinasse uma declaração em que se comprometia a não continuar a combater a troco de ser liberto.

    Lobato recusou e declarou que a sua primeira atitude depois de liberto seria apresentar-se às autoridades militares portuguesas.

    Este dilema com que o piloto português se viu confrontado chegou às mais altas autoridades portuguesas.

    Franco Nogueira propôs que Lobato fosse condecorado com uma das mais altas distinções portuguesas, mas essa condecoração poderia ser o pretexto para Lobato sofrer retaliações.

  • 22
      a 25/05/1963

    22 a 25/05/1963 - 

    Conferência de Adis-Abeba convocada na sequência da Conferência de Lagos de Janeiro de 1962, com o fim de acordar numa “Carta Africana” e que leva à fundação da Organização de Unidade Africana (OUA) pelos chefes de 32 Estados independentes de África.

    Na sessão inaugural o ministro dos Negócios Estrangeiros da Etiópia esclareceu o verdadeiro objectivo da reunião: “O histórico acontecimento que ora se verifica em Adis-Abeba, o mais importante no seu género na vida dos povos africanos, tem por fim a construção da unidade africana”. No final foi aprovada a Carta da Organização de Unidade Africana (OUA), que viria a desempenhar o papel de coordenação das políticas de libertação dos territórios africanos não-autónomos.

    De facto, com as independências coloniais, o pan-africanismo passou a necessitar de um organismo que aglutinasse todas as sensibilidades africanas. Teve a sua génese nos já referidos movimentos pan-africanistas pré-independentistas do pós II Guerra Mundial, nas campanhas anticolonialistas e anti-apartheid e, principalmente, na Resolução 1514 (XV) da Assembleia Geral da ONU.

    A OUA, ao contrário dos movimentos pan-africanistas que primeiramente defendiam a supremacia da negritude e a defesa de África para os negros, passou a ter, como prioridade absoluta, a África para os africanos, independentemente da sua cor.

    Saliente-se que no Norte vingava a supremacia branca, enquanto a supremacia negra só se registava a sul do Sara, onde coexistia com as minorias branca e mestiça. Os outros objectivos da OUA eram o reconhecimento das fronteiras decorrentes da Conferência de Berlim, defendendo a sua integridade e negando o direito a qualquer secessão, a independência das colónias e o fim de todo o tipo de segregação, ou seja, defendiam o fim do colonialismo e do apartheid

  • 28
      05/1963

    28/05/1963 - 

    Anúncio, pela NATO, da instalação em Portugal da base de comando da Zona Ibero-Atlântica, em Oeiras.

    O almirante Harold Page Smith, comandante supremo da NATO no Atlântico, apresenta cumprimentos a Salazar. [DGARQ-TT-O Século]

  • 28
      05/1963

    28/05/1963 - 

    Franco Nogueira foi recebido em Washington por John Kennedy e Dean Rusk.

    A realidade da Guerra Fria, a crise dos mísseis de Cuba e a situação instável no Médio Oriente deram uma nova importância à base dos Açores e Kennedy tentou amenizar a posição dos EUA face à política colonial de Portugal. Neste encontro, Kennedy, segundo relato de Franco Nogueira, aproveitou para confessar que algumas das decisões de 1961 (voto dos EUA contra Portugal na ONU) tinham sido precipitadas. Neste caso, os EUA voltavam a uma política assente na ambiguidade, relativamente à descolonização de África, como tinha sido a de Eisenhower e seria a de Lyndon Johnson.

  • 31
      05/1963

    31/05/1963 - 

    Reorganização do Serviço de Saúde Militar em Angola, que se traduziu por várias mudanças no Hospital Militar 124 de Luanda, dotado com 35 médicos e com capacidade para 500 camas, das 800 previstas, e pela criação de um Depósito de Material Sanitário.

  • 06
      1963

    06/1963 - 

    Corte de relações diplomáticas da República Árabe Unida com Portugal, devido à política colonial portuguesa.

  • 06
      1963

    06/1963 - 

    Criação das Áreas de Intervenção Livre da Força Aérea (AIL) em Angola.

    Em Junho de 1963 o Comando Chefe das Forças Armadas de Angola difundiu a Directiva 2/63 na qual criava o conceito de Área de Intervenção Livre da Força Aérea, AIL.

    Era um conceito idêntico ao utilizado pelos franceses na Argélia e estabelecia áreas onde a Força Aérea passava a operar livremente, sem necessidade de coordenação com as outras forças.

    Estas áreas eram interditas a operações de outras forças e correspondiam, geralmente, a zonas de difícil acesso, ou isoladas, onde as forças terrestres tinham dificuldade em actuar.

    Podiam também ser criadas para apoiar operações futuras, ou para manter a instabilidade numa dada região, ou impedir o reagrupamento de guerrilheiros.

    Muitas vezes serviam para as aeronaves aí despejarem as bombas não utilizadas no regresso das missões.

    O conceito de AIL foi também utilizado na Guiné e em Moçambique e nunca foi provada a sua eficácia, a não ser para a segurança dos pilotos e das aeronaves.

    Pelo contrário, aconteceu com alguma frequência surgirem nos fornilhos montados pelos guerrilheiros contra os militares portugueses bombas da Força Aérea não rebentadas.

    Avião caça-bombardeiro F-84 preparado para uma missão. [AHM]

  • 07
      06/1963

    07/06/1963 - 

    Declaração do secretário de Estado para os Assuntos Africanos dos Estados Unidos, segundo a qual os interesses estratégicos dos EUA exigiam a continuação da cooperação com Portugal.

  • 10
      06/1963

    10/06/1963 - 

    Primeira cerimónia de condecoração de militares no Terreiro do Paço.

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