Em 21 de Março de 1960 um grupo de negros, estimado entre 5000 e 20 000, reuniu-se em Sharpeville, uma cidade perto de Vereeniging, para protestar contra a obrigação de os negros terem de usar um cartão de identidade.
A multidão dirigiu-se à esquadra de polícia oferecendo-se para serem presos por não terem os cartões de identidade. Perante esta manifestação, a polícia abriu fogo, matou 70 manifestantes e feriu cerca de 200.
Todas as vítimas eram negras e muitas foram mortas com tiros pelas costas. Na sequência destes acontecimentos, o Governo ilegalizou o African National Congress (ANC) e o Pan Africanist Congress (PAC) e o ANC decidiu iniciar a resistência armada ao Governo.
As reacções internacionais a este massacre acentuaram a condenação ao regime de apartheid da África do Sul e, de um modo geral, aos regimes coloniais, entre os quais o português, favorecendo as teses anticolonialistas, quer no mundo ocidental, quer no Terceiro Mundo.
O Senegal situa-se a norte da Guiné-Bissau, existindo entre ambos os países uma longa fronteira. Historicamente, existiram fortes relações dos povos da Guiné, principalmente manjacos, felupes e papéis, com os povos da península do Casamança.
Os povos do Casamança, com sede em Zinguichor, desenvolveram uma luta de guerrilha para obterem a independência, ou pelo menos uma maior autonomia, relativamente ao poder central de Dacar.
Durante a guerra, e liderado por Senghor, um ocidentalizado que apreciava a cultura portuguesa, o Senegal apoiou o MLG (Movimento de Libertação da Guiné) e a FLING, tendo sido difíceis as relações com o PAIGC, que era decididamente apoiado pela Guiné-Conacri.
O Senegal tentou também promover a aproximação de Portugal com o PAIGC, principalmente através do general António de Spínola, com quem Senghor se encontrou em 1972.
Só após a ruptura das negociações determinada por Marcelo Caetano, Senghor passou a conceder maiores facilidades militares ao PAIGC que se traduziram na intensificação dos ataques às guarnições militares portuguesas junto à fronteira e que culminaram com o cerco a Guidage em Maio de 1973.
Parecer do Governo português sobre o artigo 73º da Carta das Nações Unidas, não reconhecendo competência à Assembleia Geral para exigir que os Estados membros iniciem a transmissão de informações sobre os territórios ultramarinos.
O Governo português contestava a obrigação de transmitir regularmente ao secretário-geral informações sobre os territórios que administrava, por não os considerar como territórios não-autónomos, uma vez que, como partes integrantes do todo nacional, participavam da soberania portuguesa. Esta doutrina seria posta em causa no final do ano de 1960, com a aprovação da resolução 1542 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, que enumera, como territórios não-autónomos, todos os territórios sob administração portuguesa.
Agostinho Neto foi preso no seu consultório de médico em Luanda, pelo próprio director da PIDE de Angola. Uma manifestação pacífica realizada na sua aldeia natal, em protesto contra a sua prisão, foi recebida pelas balas da polícia, fazendo algumas dezenas de mortos e duas centenas de feridos, acontecimento que passou a designar-se como “Massacre de Icolo e Bengo”.
Não desejando manter Agostinho Neto em território angolano, as autoridades portuguesas transferiram-no para uma prisão de Lisboa e, mais tarde, para Cabo Verde, primeiro para Santo Antão e depois para Santiago, onde continuou a exercer medicina sob constante vigilância política. Estava em Cabo Verde quando foi eleito presidente honorário do MPLA.
Manifestação de trabalhadores rurais em Mueda (Moçambique) que conduziu a violenta repressão.
A 16 de Junho de 1960 ocorreu em Cabo Delgado, na então Circunscrição dos Macondes, aquilo que viria a ficar referido na história de Moçambique como o “Massacre de Mueda”. Nesse dia, as autoridades coloniais responderam a tiro a uma manifestação reivindicativa de 5000 camponeses macondes, reunidos para falar com o governador do distrito sobre reivindicações quanto ao preço de venda dos seus produtos, ao trabalho forçado, às prepotências da administração e quanto ao direito de voltarem em liberdade à sua terra.
Este acontecimento passou a constituir um marco no discurso e na acção das emergentes forças nacionalistas de Moçambique que estariam na origem da FRELIMO, uma espécie de ponto de não retorno a partir do qual só a luta armada poderia conduzir à independência.
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