Conferência dos quadros e dos militantes activos do MPLA, em Brazzaville.
Sem uma saída diplomática à vista, o MPLA decidiu rever toda a sua estratégia, considerando a inevitabilidade de uma guerra prolongada contra as forças portuguesas e o regime colonial. Para isso, a direcção de Agostinho Neto decidiu convocar uma Conferência de Quadros, a realizar em Brazzaville.
No encontro, Agostinho Neto apresentou um roteiro da crise, afirmando que a ambição pessoal de alguns e os problemas de disputas internas que vinham desde Conacri tinham conduzido o movimento a uma ruptura e provocado a saída de alguns dirigentes. Tinham saído Mário de Andrade e alguns outros dirigentes, que se desligaram ou simplesmente se afastaram do MPLA, como Gentil Viana, João Vieira Lopes, Manuel Videira e Edmundo Rocha, que constituíam o núcleo intelectualizado do movimento. Estes afastamentos e abandonos individuais, apesar de representarem uma discordância em relação à direcção de Agostinho Neto e ao rumo que ele estava a dar à organização, abriram uma nova fase na vida do MPLA.
Depois destas saídas e das resoluções da Conferência de Quadros, o MPLA assumiu uma nova rota e uma nova forma de gestão, diferente daquela que os seus fundadores lhe tinham dado nos anos de 1960 e 1961, com um comando mais centralizado. Agostinho Neto demonstrou ter o domínio de tudo o que se passava. De qualquer forma, a vitória de um determinado grupo existente na direcção e encabeçado por Agostinho Neto não solucionou as questões de fundo do MPLA, tanto do ponto de vista político como, principalmente, de outras mais sensíveis, como as filiações étnica, racial, regional e familiar. A crise ficou, de novo adiada. As resoluções da Conferência de Quadros de 1964 revelaram uma crítica violenta aos intelectuais dentro do movimento, abrindo um precedente para que essa tese pudesse ser retomada no futuro.
Ataque do PAIGC a Mansabá, acentuando-se o isolamento do Morés, na zona Central da Guiné.
Mansabá era um quartel português situado no limite da zona do Morés e o ataque foi feito na noite de 4 para 5 de Janeiro, em todo o perímetro, tendo sido incendiadas três casas civis. Também foram implantados engenhos explosivos na estrada Mansabá-Mansoa, um dos quais foi accionado por uma autometralhadora Fox.
Em 28 de Janeiro, no seguimento deste ataque, os guerrilheiros implantaram minas na estrada Mansabá-Bissorã e na estrada Bissorã-Olossato e, a 1 de Fevereiro, opuseram forte resistência à penetração de forças portuguesas na bolanha do Morés, só tendo retirado após a intervenção de dois aviões T-6. Um dos aviões foi atingido a tiro, assim como um helicóptero que procedia a uma evacuação de feridos. As forças portuguesas sofreram dois mortos, tendo ficado feridos o piloto e o mecânico do helicóptero. A 7 de Fevereiro foram detectados e accionados engenhos explosivos na estrada Mansabá-Farim e o PAIGC montou uma emboscada na estrada Olossato-Bissorã. No dia seguinte o PPAIGC montou emboscadas nas estradas Olossato-Bissorã e Mansoa-Bissorã. Estes ataques, minas e emboscadas prologaram-se durante os meses de Janeiro e Fevereiro. O PAIGC começava a tomar o controlo da zona do Morés, onde iria implantar uma das suas primeiras “áreas libertadas”.
Início da Operação Tridente, em que forças portuguesas, comandadas por Fernando Cavaleiro, desembarcam na ilha do Como, no Sul da Guiné, operação que se prolongou por mais de dois meses.
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