Situação
Na ilha do Como, a sul de Bissau, decorreu a primeira das mais duras operações que tiveram lugar na Guiné durante toda a guerra. Durou 71 dias, de 14 Janeiro a 24 de Março de 1964, e tinha por objectivo reocupar a ilha do Como, que tinha sido ocupada pelo PAIGC, dada a ausência de efectivos militares.
A Operação Tridente foi uma das grandes operações que as forças portuguesas realizaram nos teatros de operações de África. Em termos conceptuais, tratou-se de uma operação combinada de forças do Exército, Marinha e Força Aérea, que realizaram uma ofensiva convencional contra um objectivo determinado – a Ilha do Como.
Foi a primeira operação com estas características e uma das de maior envergadura realizadas durante os treze anos de guerra. Tinha como finalidade ocupar as três ilhas que constituem a região do Como: Caiar, Como e Catungo, as quais, desde 1963, estavam controladas pelos guerrilheiros do PAIGC.
A região do Como era considerada importante pelo comando militar português porque constituía uma base a partir da qual as forças da guerrilha podiam flagelar o território do continente e dificultar a navegação para o sul da Guiné, por ser um ponto de apoio para as suas linhas de reabastecimento e porque lhes fornecia recursos alimentares, nomeadamente arroz.
As forças portuguesas estimavam em 300 os efectivos de guerrilheiros, entre os quais referenciavam um grupo de 15 militares da Guiné-Conacri, que controlavam também a totalidade da população. O comando da operação foi atribuído ao comandante do Batalhão de Cavalaria 490, o tenente-coronel Fernando Cavaleiro, o qual recebeu de reforço três Destacamentos de Fuzileiros Especiais, num total de cerca de 1100 homens. Integraram a força portuguesa meios navais e vários aviões para o apoio aéreo. Após duros combates os guerrilheiros retiraram para o interior da Guiné e as bases do PAIGC na ilha foram destruídas. Registaram-se oito baixas entre os militares portugueses e 76 entre os guerrilheiros.
Foi posteriormente construído um aquartelamento em Cachil, onde ficou instalada uma Companhia, com o objectivo de assegurar o controlo da ilha. Contudo, foi em vão o esforço porque, após a retirada das forças envolvidas, o PAIGC voltaria a dominar a ilha. De qualquer forma, para o PAIGC, a ilha vai perder importância estratégica porque os guerrilheiros conseguiram melhores posições no Sul, nas penínsulas do Cantanhez e de Quitafine, cercando as guarnições portuguesas de Catió e de Bedanda.
Meios envolvidos na operação
Foram as seguintes as unidades envolvidas na operação:
Os seguintes navios da Marinha participaram na acção:
Números do apoio aéreo
Foram realizadas 851 missões aéreas:73 de ataque por F-86
A Operação Tridente em números
(a) Números referidos nos relatórios portugueses, que consideram que devem ser aumentados os mortos e feridos provocados pelos bombardeamentos de Artilharia e Aviação.
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