A LDP 208 viajou por terra do Lobito até Lumbala. Primeiro por caminho-de-ferro até ao Luso, depois para Teixeira de Sousa e finalmente por coluna até à Lumbala. Percorreu 1.300 km por caminho-de-ferro e 350 km por estrada.
As lanchas no Leste de Angola
Para o comando militar português, a abertura da frente leste levantou a necessidade de aproveitamento dos grandes rios para facilitar a mobilidade das tropas, melhorar a fiscalização junto às fronteiras e apoiar a manobra logística. A partir de 1966 foram colocadas Lanchas de Desembarque Pequenas (LDP) nesta vasta área.
A primeira LDP foi transferida de Santo António do Zaire para Lumbala, junto ao rio Zambeze, no saliente do Cazombo, percorrendo 1.300 km por caminho-de-ferro e 350 km por estrada. Para o seu transporte esta embarcação foi cortada ao meio, sendo reconstruída no destino. Nesta zona foi enviada uma lancha para Caripande.
Em Maio de 1967 foi transportada uma lancha por estrada desde Luanda até ao Chiume, no rio Cuando, num percurso de 1.800 km.
Em Maio de 1968 foi levada por terra a LDP 105 de Moçâmedes para o rio Cuíto, no Sudoeste de Angola, constituindo um dos meios de apoio da Companhia de Fuzileiros que depois se instalou em Vila Nova da Armada, junto ao rio.
A Marinha em Angola
Mapa do dispositivo naval em Abril 1963
O Comando Naval de Angola encontrava-se em Luanda e dispunha dos seguintes navios:
Três Fragatas (FF) – Pacheco Pereira , Nuno Tristão e Diogo Gomes;
Dois Patrulhas (PC) – S. Vicente e S. Tomé;
Um navio hidrográfico (NH) – Carvalho Araújo.
Este dispositivo foi reforçado para fazer face às necessidades da guerra e, em Outubro de 1961, já se encontravam em Angola três lanchas de fiscalização pequenas (LFP) destinadas a patrulhar a fronteira e o rio Zaire, as LFP Formalhaut, Espiga e Pollux, sendo criado o “Comando da Esquadrilha de Lanchas de Fiscalização do Zaire”.
Em 1962 instalou-se em Sazaire o primeiro Destacamento de Fuzileiros Especiais, o DFE1, e em Luanda a Companhia de Fuzileiros 1.
Em 1963, o dispositivo foi reforçado com o DFE3, também baseado em Sazaire, e posteriormente com o DFE4, que será colocado inicialmente em Luanda.
Mapa do dispositivo da Marinha em Angola em 1964
A partir de 1964 o dispositivo da Marinha estabilizou. Nesse ano encontravam-se em Angola as seguintes unidades:
Navios:
Em 1965 chegaram três lanchas de desembarque médias (LDM) e em 1966 o dispositivo foi reforçado com a lancha de desembarque grande (LDG) Ariete e com mais quatro LDP. Em 1967, os Destacamentos de Fuzileiros Especiais passaram de quatro a dois e as Companhias de Fuzileiros de uma para três. Os dois DFE e duas CF ficaram baseadas no Zaire e uma CF em Luanda.
A passagem de 1968 para 1969 foi marcada pela criação do “Comando das Forças de Marinha do Leste”, com a instalação de uma Companhia de Fuzileiros no Luso. Em 1970, a Companhia de Fuzileiros do Comando das Forças de Marinha no Leste foi substituída por um DFE.
Mapa do dispositivo naval em 1970
Em 1970, o dispositivo da Marinha era o que se manteria, com poucas alterações, até ao fim da guerra:
Navios: Uma fragata; quatro patrulhas; três LFG; oito LFP; uma LDG; quatro LDM; 10 LDP Fuzileiros – Dois DFE e quatro CFE Esquadrilha de Lanchas de Fiscalização do Zaire.
Destacamentos das Forças de Marinha:
A Marinha sofreu em Angola, durante a guerra, 13 mortos em combate.
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