118 personalidades da Oposição pedem a Américo Tomás a demissão de Salazar, a
dissolução da Assembleia Nacional e a nomeação de um Governo de transição.
Anúncio da compra de licenças de fabrico de armamento pela África do Sul.
O antigo ministro da Defesa da RAS, Jim Fouché, declarou no regresso de uma viagem ao estrangeiro que comprara 128 licenças que permitiam o fabrico de armamento na África do Sul, desde os cartuchos de .22 até carros blindados. “Somos independentes em matéria de armamento”, garantiu Jim Fouché.
Formação do Batalhão de Caçadores Pára-quedistas Nº 32 (BCP 32) em Moçambique.
Em 11 de Novembro de 1966 foi publicada a Portaria nº 22.302 que criou o BCP 32 com sede em Nova Freixo, mas a unidade só viria a ser activada em 26 Janeiro de 1967, em Nacala, nas instalações inicialmente destinadas ao BCP 31, que passou a ter a sua sede na Beira.
Comandantes do BCP 32
Tenente-coronel Fernando Soares Cunha (23 de Janeiro de 1967 a 17 de Dezembro de 1968);
Tenente-coronel João José Curado Leitão (17 de Dezembro de 1968 a 28 de Janeiro de 1971);
Tenente-coronel João da Rocha Teles (28 de Janeiro de 1971 a 20 de Dezembro de 1971);
Tenente-coronel João de Campos Sardinha (20 de Dezembro de 1971 a 21 de Abril de 1972);
Tenente-coronel José António Jerónimo Gonçalves (21 de Abril de 1972 a 3 de Novembro de 1973);
Tenente-coronel Manuel Claudino Martins Veríssimo (3 de Novembro de 1973 a 19 de Julho de 1974);
Tenente-coronel Horácio Cerveira Alves de Oliveira (19 de Julho de 1974 a 16 de Novembro de 1974).
O BCP 32, no âmbito operacional, era uma reserva do Comando Chefe das Forças Armadas em Moçambique.
Durante a sua existência, o BCP 32 realizou cerca de 400 operações, inicialmente na Zona de Intervenção Norte (ZIN) e mais tarde, face à necessidade de garantir condições de segurança à construção da barragem de Cahora Bassa, em Tete (ZOT).
O BCP 32 sofreu 18 mortos em combate – dois Sargentos e 16 praças.
Tomada de posse do tenente-coronel Rebocho Vaz como governador-geral de Angola no salão nobre do recém-inaugurado Ministério do Ultramar. Na cerimónia de posse, o ministro do Ultramar, Silva e Cunha, exigiu “fidelidade aos princípios”.
Primeiro voo de teste do avião de combate sul-africano Impala.
O Impala foi desenvolvido pela Atlas Aircraft Corporation e inteiramente construído na África do Sul. Era um avião de dois lugares e destinava-se a substituir os T6 Harvard, muitos dos quais vieram a ser cedidos a Portugal.
Aermacchi MB-326 Impala
Existiam versões deste avião de dois lugares, e de origem italiana, em tandem para treino e armados (MB-326B e 326F). A versão armada era adequada ao apoio próximo. A África do Sul produziu estes aviões na versão Impala I e Impala II sob licença italiana.
Performances:
Velocidade máxima a 5000 ft: 553 mph
Tecto: 45 000 ft.
Alcance: 1 323 milhas.
Armamento: 2 canhões de 30mm
4000 libras para bombas, mísseis, rockets e máquina fotográfica.
Aprovação de uma resolução da Assembleia Geral da ONU condenando a Guerra Colonial conduzida por Portugal que constituía “um crime contra a humanidade e uma ameaça grave à paz e à segurança internacionais”.
Ataque de um grupo de guerrilheiros do PAIGC à tabanca de Bofe (Bissorã) comandado por uma mulher.
Pela primeira vez era referenciada uma mulher a comandar um grupo.
Segundo o relatório dos militares portugueses “era uma mulher de meia-idade que falava crioulo”.
Os serviços de informação militar tinham referenciado desde Março a existência de cinco mulheres na Milícia Popular do PAIGC com os nomes de Rosa Bercil, Maria Silva, Beloné Cabri, Quençada Lourençoe Teresa Jóia.
Notícia confirmada pela PIDE refere a entrada no distrito de Tete de vários grupos de dois agentes da FRELIMO. Estes elementos estavam desarmados e tentavam aliciar as populações.
Informação do comandante da Região Militar de Angola, general Barreira Antunes, sobre os “Problemas magnos de Angola”.
Começando por considerar que a actual situação de Angola “exige a revisão dos conceitos que têm vindo a ser seguidos”, o general Barreira Antunes conclui que o “objectivo principal de Angola” é a Zona de Intervenção Centro (ZIC).
Com efeito, quer considerando o factor físico, económico, humano ou estratégico, sempre a zona centro se apresenta como a região determinante da situação de Angola. Ou seja: “uma vez instalada a subversão na ZIC, não só será mais difícil de debelar (…) como mais fácil será ao inimigo dali irradiar sobre o restante da Província”. Tornava-se evidente que o inimigo pretendia levar a subversão à região centro, já que, “não o tendo conseguido através da fronteira Norte, onde foi detido as margens do Rio Dange, está a tentar atingi-la através da Zona de Intervenção Leste (ZIL)”.
Exposta a situação, vislumbram-se dois perigos principais: “O rápido alastramento da subversão na Zona de Intervenção Leste” e “o crítico desguarnecimento da Zona de Intervenção Centro”.
Desta forma as conclusões eram fáceis: “A situação tende a deteriorar-se e o problema pode tornar-se muito grave, e porque sentimos que, in extremis, as responsabilidades serão pedidas às Forças Militares, não podemos deixar de expor superiormente as deficiências de meios para o
cumprimento da missão da RMA (Região Militar de Angola), antes que os acontecimentos o provem”.
Seguem-se as propostas concretas, enumeradas desta forma:
“Dotar a RMA com uma potente, eficiente e rendosa rede de transmissões de comando (STM)”, com vista a “uma oportuna e eficiente acção de comando”;
Fornecer viaturas para motorizar completamente as forças de intervenção, para motorizar adequadamente as forças de quadrícula, para constituir unidades rápidas com viaturas blindadas;
Dotar as unidades com equipamentos logísticos de campanha adequados a uma deslocação rápida assim como material de transmissões de
campanha leve, robusto e versátil, tudo no sentido de conferir uma maior mobilidade às tropas operacionais;
Reforçar a Região com mais unidades, incluindo mais 4 companhias de engenharia, conferindo “maior possibilidade de actuação das nossas tropas”;
Reforçar a Região com meios terrestres de apoio de fogos, ou seja, mais artilharia e respectivas munições;
Dotar a Região com “unidade de radar de campo de batalha”, por serem as fronteiras muito extensas e permeáveis e ser necessário um equipamento capaz de “detectar a infiltração de elementos inimigos em território nacional”;
Por último, obter para a Região mais meios aéreos, especialmente de observação e de transporte rápido, como DO 27 e helicópteros”.
De certa forma, a hierarquia militar procurava impor condições para levar a bom termo o desafio da missão que lhe fora atribuída, fazendo crer, como sempre, que os meios eram insuficientes. As condições, como neste caso, podem ultrapassar os limites do possível, e de alguma forma confrontar o poder político com a sua incapacidade e falta de resposta.
Deslocação de efectivos do MPLA para o saliente do Cazombo.
Nos meses de Novembro e Dezembro de 1966, o MPLA deslocou efectivos para o Norte do saliente do Cazombo, de modo a controlar toda a região de Angola que penetra em território da Zâmbia. Esta acção destinava-se a facilitar o apoio às futuras operações na Rota Agostinho Neto,
o eixo através do qual o MPLA pretendia ligar o Leste, a sua III Região Político-Militar, ao Norte, a sua I Região Político-Militar.
Na segunda quinzena de Dezembro o comandante da IIIRegião Militar do MPLA (Paganini) ordenou a entrada em Angola de todos os grupos estacionados na Zâmbia.
Declarações de Holden Roberto em Acra, em que afirma pela primeira vez que o GRAE estava disponível para conversações com o Governo português a fim de “solucionar pacificamente o problema da independência de Angola”.
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