1967 - África para sempre: Cahora Bassa

Os Acontecimentos

  • 05
      03/1967

    05/03/1967 - 

    Entrevista de Savimbi aos jornais Zambia News e Times of Zambia.

    Nestas entrevistas a dois grandes jornais da Zâmbia, Savimbi afirmou que a UNITA tinha influência nos distritos de Malange, Lunda, Moxico, Bié e Cuando Cubango e que se preparava apara atacar as minas de Cassinga (Sul) a fim de iniciar a luta nas zonas mais ricas de Angola. Referiu que a UNITA controlava 2.900 células de militantes.

  • 13
      03/1967

    13/03/1967 - 

    Emboscada a uma coluna de fuzileiros entre Benza e Pedra do Feitiço (Norte de Angola), causando dois mortos.

  • 13
      03/1967

    13/03/1967 - 

    D. Manuel Vieira Pinto é sagrado bispo de Nampula.

    D. Manuel Vieira Pinto, ex-padre na Diocese do Porto, auxiliar do bispo anti-salazarista D. António Ferreira Gomes e responsável pelo “Movimento por um Mundo Melhor”, será ao longo dos anos em que permaneceu em Nampula, a cidade militar onde se concentravam os quartéis-generais das forças portuguesas que combatiam no Norte, uma das vozes mais firmes na denúncia da guerra e acabará expulso de Moçambique.

  • 15
      03/1967

    15/03/1967 - 

    Cortes do Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB).

    Um grupo de guerrilheiros cortou a linha do CFB a 28 quilómetros de Teixeira de Sousa, provocando o descarrilamento do comboio e três feridos entre os passageiros. A 24 de Março a linha seria de novo cortada entre Chicala e Saleno, aproximadamente a 50 quilómetros do Luso.

    Estas acções foram chefiadas por Muanangola, da UNITA.

  • 15
      03/1967

    15/03/1967 - 

    Salazar recebe ministros do Malawi que se deslocaram a Lisboa para tratar de assuntos de interesse para os dois países.

  • 16
      03/1967

    16/03/1967 - 

    Prisão do pai de Jonas Savimbi.

    A PIDE prendeu Lote Malheiro Savimbi, director da Missão Protestante de Chileso (Norte de Silva Porto), “por suspeita de actividades subversivas”.

  • 24
      03/1967

    24/03/1967 - 

    Prisão do pastor protestante da Missão Monte Esperança no Bié, Angola, acusado de apoiar os guerrilheiros e de ter permitido que se realizasse na missão uma reunião presidida por Savimbi.

  • 31
      03/1967

    31/03/1967 - 

    Editorial do Jornal do Brasil, reflectindo a posição oficiosa do Governo brasileiro, pedindo a Portugal que acene para as colónias africanas com uma esperança de independência, para poder abrir as portas a uma futura comunidade com raízes lusitanas.

  • 04
      1967

    04/1967 - 

    Encerramento, pela PIDE, da cooperativa católica Pragma.

    A cooperativa Pragma, que se autodesignava cooperativa cultural e de acção comunitária, foi fundada por católicos progressistas, como o arquitecto Nuno Teotónio Pereira e o economista Mário Murteira e militantes da Juventude Operária Católica, como João Gomes e Manuel Bidarra. A designação escolhida reflectia essa ambição de ligar a teoria à prática, os intelectuais aos trabalhadores, abrir caminho para novas formas de associação política e sindical.

    A razão para os fundadores terem escolhido a figura de uma cooperativa cultural para desenvolverem a sua acção associativa foi o facto de estas não necessitarem de autorização prévia para terem existência legal. Mas a Pragma acabou encerrada pela PIDE, como seria de esperar, depois de uma actividade importante no deserto cultural e político português de então.

    A causa próxima para o encerramento deveu-se a uma exposição itinerante sobre a economia portuguesa, onde uma colecção de fotografias, imagens expressivas do subdesenvolvimento português, era legendada por extractos do referido parecer.

  • 04
      1967

    04/1967 - 

    O Hospital Militar de Hamburgo recebeu 88 mutilados de guerra portugueses.

    O apoio alemão ao tratamento de feridos de guerra foi uma das contrapartidas ao acordo de utilização da Base Aérea de Beja pela Força Aérea Alemã.

    O número de feridos, especialmente por minas, e a pouco desenvolvida tecnologia de próteses e de recuperação em Portugal tornaram este apoio particularmente benéfico para os militares feridos. Ao longo dos anos mais de duas centenas de militares portugueses receberam tratamento em Hamburgo, para onde eram transportados habitualmente em aviões da Força Aérea Alemã, a partir da base de Beja.

  • 08
      04/1967

    08/04/1967 - 

    Visita a Lisboa de P. W. Botha, ministro da Defesa sul-africano, onde discutiu com Salazar, Franco Nogueira e Gomes de Araújo problemas de segurança de Angola e Moçambique.

    Durante a visita do ministro da Defesa da RAS a Lisboa e, mais tarde, durante a visita do ministro dos Negócios Estrangeiros português, Franco Nogueira, a Pretória, em Julho, foi considerado o pedido de fornecimento de material militar sul-africano a Portugal. A 24 de Janeiro de 1968 seria apresentada uma lista que incluía o seguinte material principal:

    • 10 helicópteros ALIII

    • 60 emissores/receptores de 150 watts

    • 20 emissores/receptores de 300 watts

    • 20 000 granadas de obus 8.8 cm

    • 22 blindados AML.

    Embora nem todo este material tivesse sido fornecido, iniciava-se um processo de colaboração militar entre os dois países que iria até ao final da guerra, em Abril de 1974.

  • 15/4/1967
      a 25/4/1967

    15/4/1967 a 25/4/1967 - 

    Detectado um grupo de guerrilheiros da FRELIMO junto à cidade de Vila Cabral (Niassa).

    A força da FRELIMO permaneceu cinco dias nas imediações da cidade, tendo atacado a estação meteorológica e o rádio-farol, sem que as forças portuguesas a conseguissem interceptar.

  • 16
      04/1967

    16/04/1967 - 

    Agravamento da situação no Norte de Angola.

    A partir de meados de Abril o ELNA/FNLA desencadeou uma série de acções no Norte de Angola para demonstrar a sua superioridade relativamente ao MPLA. A 16 de Abril realizou uma emboscada com elevado número de baixas – um grupo de cem guerrilheiros emboscou uma coluna militar na estrada Cuimba-Buela causando sete mortos, entre eles o oficial comandante, e 20 feridos.

    No dia seguinte, a 17 de Abril, o mesmo grupo atacou uma viatura civil que transportava trabalhadores rurais perto de Lucunga (Norte) causando 17 mortos, 11 feridos e cinco desaparecidos.

    A 18 montou e desencadeou uma emboscada a uma coluna militar portuguesa que regressava da Operação Via Láctea numa extensão de 500 metros e os guerrilheiros mantiveram o ataque durante duas horas, conseguindo isolar os grupos de combate que vinham em reforço das tropas atacadas. A 22 de Abril, nova emboscada a uma coluna na estrada Bessa Monteiro-Quimaria causou cinco mortos, cinco feridos e quatro desaparecidos. Os guerrilheiros levaram material e destruíram duas viaturas e só a desesperada reacção dos militares impediu o assalto dos guerrilheiros.

    Estas acções foram atribuídas ao ELNA/FNLA pelos serviços de informação portugueses e pertenciam ao quartel de Timansi, no Congo.

  • 18
      04/1967

    18/04/1967 - 

    Reunião em Dar es Salam do Comité de Defesa da OUA para condenar as agressões
    portuguesas.

  • 23
      04/1967

    23/04/1967 - 

    Realização de uma Conferência de Solidariedade com os povos das colónias portuguesas, por delegações de jovens de 64 países, em Conacri.

  • 5
      1967

    5/1967 - 

    A Frente de Libertação de Cabinda reivindica um diálogo construtivo com Portugal sobre a transferência de poderes para a população de Cabinda, sem interferências dos movimentos angolanos.

  • 5
      1967

    5/1967 - 

    Estabelecidos acordos de cooperação entre Portugal e o Malawi, visando em especial o Caminho-de-Ferro do Zambeze e a construção da linha de ligação a Nacala.

  • 5
      1967

    5/1967 - 

    Transporte da LDP 210 para o rio Cuando, no Leste de Angola. 

    A LDP 210 partiu de Luanda por via terrestre para ser empregue em Tchicove, onde chegou a 29 de Junho. Este transporte de uma segunda lancha do rio Zaire para o Leste pretendeu responder à crescente ameaça na zona Leste de Angola. Também um segundo destacamento de Fuzileiros foi desviado para esta zona. O DFE 2 instalou-se no Cazombo, guarnecendo o posto do Chilombo, enquanto o DFE 11 se manteve no Lungué-Bungo.

     

     

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