Nas comemorações do 28 de Maio Salazar falou sobre a “Unidade das Forças Armadas e a Consciência Nacional”, proclamando: “Quase seria uma traição aos mortos se houvesse o mais pequeno dissídio”.
Apresentação, por Amílcar Cabral, perante a Comissão da ONU para os territórios administrados por Portugal, de um relatório intitulado “O nosso Povo, o Governo português e a ONU”.
Antes do abandono da via pacífica para a conquista da independência, a estratégia dos movimentos de libertação foi orientada tanto para a obtenção de apoios políticos externos, sobretudo junto da ONU, como na tentativa de levar o Governo português, através de várias iniciativas, a negociar uma saída pacífica para o problema colonial. Inscrevem-se no âmbito destas duas estratégias, no plano externo, a comparência perante a Assembleia Geral das Nações Unidas ou perante as comissões especializadas, na qualidade de peticionários, e o envio de vários relatórios e notas informativas. No plano interno, o envio de memorandos e notas ao Governo português.
Na ONU, os movimentos de libertação tentaram exercer pressões no sentido de levarem Portugal a cumprir e a fazer respeitar as leis internacionais. Mas rapidamente chegaram à conclusão de que a ONU estava de certo modo manietada e, por isso mesmo, incapacitada de impor a Portugal o cumprimento das suas resoluções. Também acabaram por concluir que as suas iniciativas junto do Governo português para uma solução pacífica e política para o problema colonial não tinham qualquer efeito, face à recusa reiterada do regime de Salazar em negociar com os movimentos nacionalistas. Perante a insistência e a ameaça destes de pegarem em armas para defenderem os seus objectivos, a única reacção do regime foi a de reforçar o aparelho militar nos territórios coloniais.
Por seu lado, e face ao fracasso da via directa de conversações, ou através da ONU e de outros organismos internacionais, os movimentos de libertação não tiveram outra saída que não fosse a de concentrar todos os seus esforços na preparação para a luta armada. A reacção do regime português foi a de reforçar o aparelho militar nos territórios colonizados.
Apresentação do relatório do general Correia Leal, presidente da Comissão Extraordinária de Recepção e Encaminhamento dos Portugueses Detidos na Índia, criada por despacho do ministro do Exército de 20 de Março de 1962.
No relatório é feito o resumo do número de pessoas evacuadas, verificando-se um total de 4600 pessoas transportadas nos navios Vera Cruz, Pátria e Moçambique, de Carachi para Lisboa. Destas, 3901 eram militares, 356 eram polícias ou guardas e as restantes eram funcionários, reformados e familiares. Segundo o relatório alguns oficiais, incluindo o general Vassalo e Silva, regressaram de avião.
Publicação do livro “Portugal, o Ultramar e o Futuro”, de Manuel José Homem de Mello.
Com a publicação do livro Portugal, o Ultramar e o Futuro, prefaciado pelo ex-presidente marechal Craveiro Lopes, Manuel José Homem de Mello, ex-deputado da União Nacional, protagonizou uma das raríssimas tomadas de posição em favor de uma solução autonomista para o Ultramar, afirmando que “os territórios de África não podem vir a ser outra coisa senão países independentes ou interdependentes da actual metrópole”. Sensibilizado pela terrível experiência do conflito da Argélia, o autor sustentaria ser “essencial que os actuais e futuros responsáveis não esqueçam a evolução da tragédia argelina, aproveitando o exemplo do que ali se fez e não devia fazer, ou do que se não fez e devia ter feito”.
Até esta data, a Força Aérea em Angola apenas dispunha em Luanda de alguns Douglas C-47 para transporte interno e Lockheed PV2 Harpoon para vigilância marítima, estacionados no mesmo campo de aviação que funcionava como aeroporto civil e campo de aviação militar.
Primeira mina antipessoal utilizada pelos movimentos de libertação contra as forças portuguesas,colocada na estrada Zala-Vila Pimpa, no Norte de Angola.
A Alemanha encomendou à Fábrica Nacional de Munições de Armas Ligeiras 120 milhões de cartuchos de calibre 7,62mm, incluindo 20 milhões com balas tracejantes.
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