1962 - Optar pela Guerra

Os Acontecimentos

  • 01
      09/1962

    01/09/1962 - 

    Petição ao presidente da República, de um grupo de personalidades da Oposição, reclamando a demissão de Salazar e uma modificação na política ultramarina.

  • 23
      09/1962

    23/09/1962 - 

    Início do I Congresso da FRELIMO, em Dar es Salam.

    O congresso realizou-se na Tanzânia (Tanganica) e, para salientar a importância que o Governo tanzaniano dava à nova organização, na sessão de abertura estiveram presentes o primeiro–ministro, Rashidi Kawana, e o ministro do Interior, Óscar Kambona, este de origem maconde, nascido em território moçambicano.

    O congresso definiu como objectivos lutar contra o colonialismo português até à obtenção da independência, e elegeu um comité central.

    Vista da cidade de Dar es Salam, capital da Tanzânia. [revista Tempo, 28-09-1975]

    Depois do congresso, Eduardo Mondlane retirou-se para os Estados Unidos, para cumprir o seu contrato com as Nações Unidas, deixando inúmeros problemas para resolver.

    Leo Millas, a personagem estranha que viera dos Estados Unidos, agravou-os, criando uma série de incidentes com os outros dirigentes, provocando cisões e expulsões, que acabariam pela sua
    própria saída tempos mais tarde.

     

     

     

  • 24
      09/1962

    24/09/1962 - 

    Demissão de Venâncio Deslandes dos cargos de governador-geral e comandante-chefe de Angola.

    Na sequência de divergências com o ministro do Ultramar, Adriano Moreira, por questões de autonomia política e administrativa do território, foi demitido por Salazar. Será substituído pelo tenente-coronel Silvino Silvério Marques como governador-geral, e pelo general Holbeche Fino como comandante-chefe.

    Silvino Silvério Marques fala a elementos de uma unidade da OPVDC. [DGARQ-TT-Flama]

  • 10
      1962

    10/1962 - 

    Parte para Moçambique a Companhia de Fuzileiros Navais nº 2 que fica baseada em
    Lourenço Marques, enquanto um pelotão se destina a Metangula, no Lago Niassa.

  • 10
      1962

    10/1962 - 

    Relatório do Comando Militar de Angola sobre a formação dos oficiais milicianos.

    Em Outubro de 1962 o Comando Militar de Angola fez uma apreciação sobre o desempenho dos oficiais do quadro de complemento – os milicianos – e a sua formação.

    Choque nervoso, angústia e sensação de medo

    Nesse relatório constatava-se que se tem “notado nos últimos tempos o aparecimento nas unidades de uma percentagem de oficiais subalternos com um choque nervoso que lhes provoca um
    estado de sensação de angústia e de medo que pode ter reflexos perigosos no moral das tropas, pelos efeitos contagiantes… … é preciso que os quadros subalternos mantenham um estado
    psíquico estável e um sistema nervoso forte…”.

    Alterar as condições de recrutamento – “Não é necessário possuir o 7º ano” …

    Uma das medidas propostas para evitar tal situação foi a alteração das condições de recrutamento dos subalternos. Dentro dos princípios atrás alinhados, o Comando Militar de Angola propunha:

    – Que deixassem de ser feitos oficiais milicianos para servirem nas unidades de linha, os indivíduos que não possuíssem grande resistência física nem virtudes militares essenciais de chefia;

    – Que, caso não se encontrassem, na massa do COM, indivíduos com estas características, deveriam ser escolhidos indistintamente dos Cursos de Oficiais Milicianos e de Sargentos Milicianos, pois, objectivamente, “não se crê necessário possuir-se o 7º ano”.

    [Relatório Periódico, nº 17 do QG/RMA]

  • 10
      1962

    10/1962 - 

    Criação das Formações Aéreas Voluntárias (FAV) em Angola.

    As Formações Aéreas Voluntárias (FAV), conhecidas também informalmente por Forças Aéreas Voluntárias, foram organizações de milícias aéreas criadas em 1962 como corpo auxiliar da Força Aérea Portuguesa. As FAV eram constituídas por civis (pilotos e pessoal de terra), normalmente pertencentes a aeroclubes, que operavam aeronaves ligeiras pertencentes aos aeroclubes ou à
    própria Força Aérea, sob o comando de um oficial militar. As FAV estavam adidas a unidades da Força Aérea, na dependência operacional dos Comandos das Regiões Aéreas.

    A primeira FAV a ser criada foi a Formação Aérea Voluntária Nº 201 (FAV 201) em Luanda, organizada pelo Aeroclube de Angola e adida à Base Aérea Nº 9, a partir da Esquadrilha de Voluntários do Ar (EVA) que tinha sido constituída por pilotos civis voluntários para auxiliar as Forças Armadas portuguesas nas operações antiguerrilha no Norte de Angola, em 1961.

    Preparação de uma acção de apoio aéreo a uma povoação no Norte de Angola. [AHM]

    As FAV executavam sobretudo missões de apoio logístico às Forças Armadas e à população civil, com o fim de libertarem os pilotos militares da Força Aérea para missões de combate.

    Essencialmente as suas missões eram de Observação, Vigilância Aérea e Reconhecimento Visual (RVIS); Escuta Rádio; Reconhecimento Fotográfico (RFOT); Busca e Salvamento; Lançamento de Reabastecimentos e Munições por Pára-quedas; Lançamentos livres; Evacuação Sanitária (TEVS); Transporte de Mensagens e Ligação Logística (DLIG).

    De notar que, em alguns casos raros, sobretudo nas primeiras operações no Norte de Angola, as FAV chegaram a realizar operações de combate, nomeadamente de reconhecimento armado (ATIR) e ataque em apoio das forças de superfície (ATAP).

    Foram constituídas FAV em Angola (na dependência da 2ª Região Aérea) e em Moçambique (na 3ª Região Aérea).

  • 18
      10/1962

    18/10/1962 - 

    Primeiro heliassalto, realizado a sul de São Salvador do Congo, próximo da fronteira norte de Angola.

    O primeiro heliassalto da guerra colonial ocorreu durante a operação “Três Mosqueteiros” na região de Caluca, a sul de São Salvador do Congo.

    A operação foi planeada e executada pela 2ª Região Aérea numa Área de Intervenção Livre da Força Aérea e consistiu num golpe de mão que começou com o bombardeamento feito por três
    aviões PV2. Ao bombardeamento seguiu-se o lançamento de 16 pára-quedistas, a partir de quatro helicópteros Alouette II.

    Transporte de pára-quedistas feridos num Alouette II. [DGARQ-TT-Flama]

    Simultaneamente foram lançados pára-quedistas a cerca de um quilómetro, para apoiarem a força de assalto e cortarem a retirada aos guerrilheiros. O objectivo foi rapidamente alcançado e a
    operação foi um êxito que serviu de exemplo para futuras operações.

    Nas conclusões do relatório da operação salienta-se que os helicópteros Alouette II não eram adaptados a estas missões, dada a sua fraca capacidade de transporte, mas que ficara provada a
    flexibilidade e o acréscimo de mobilidade que os helicópteros proporcionavam.

    O helicóptero Sud-Aviation SE-3130 Alouette II, de origem francesa, foi adoptado pela FAP em 1958, tendo sido adquiridos sete aparelhos. Estava dotado com um motor de turbina de 400 hp, que
    permitia uma velocidade de 170 km/h, com um raio de acção de 700 km. Foi o segundo helicóptero a ser utilizado em Portugal (o primeiro foi o Sikorsky UH-19A, cujo exemplar único esteve
    baseado na BA n.º 4, Açores) e destinava-se basicamente a reconhecimento, ligação e evacuação sanitária. Podia levar três passageiros ou duas macas, fixadas no exterior do aparelho.

    Helicóptero Alouette II. [AMGu]

  • 23
      10/1962

    23/10/1962 - 

    Primeiras notícias sobre a Frente Leste.

    A 23 de Outubro surgiram notícias vindas de Leopoldville de que a UPA preparava acções no Leste de Angola, na segunda quinzena de Dezembro.

    Estas acções eram apoiadas politicamente pelo grupo afro-asiático das Nações Unidas e tinham como finalidade criar um “Governo Provisório de Angola” no interior do território, para facilitar as
    acções de contestação ao Governo português.

    As informações disponíveis davam conta da possibilidade de tais acções ocorrerem na região de Henrique de Carvalho e Luso, o que representava uma ameaça séria à manobra das forças portuguesas. Era nesta zona que se encontravam as minas de diamantes exploradas pela Diamang e era por esta zona que passava o Caminho-de-Ferro de Benguela, pelo que qualquer alteração da situação teria graves consequências económicas e políticas.

    Para impedir esta possibilidade, foram deslocados para Henrique de Carvalho um Esquadrão de Reconhecimento e uma Companhia de Caçadores, vinda do Lumege.

    O ataque não se concretizou, talvez porque em Novembro tenham sido capturados vários guerrilheiros na zona.

  • 24
      10/1962

    24/10/1962 - 

    Recepção de Kennedy a Franco Nogueira, em plena crise dos mísseis de Cuba, e sobre a qual foi elaborada uma acta, que seria aprovada pelo presidente a 29 de
    Outubro.

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