Enquanto no plano internacional a oposição a Portugal vai crescendo de tom, no plano organizativo e doutrinário assiste-se a uma relativa estagnação. Apesar de ser patente o desencanto e a perda de espírito de vitória no seio dos militares do Quadro Permanente, o aparelho militar prossegue o seu contínuo processo de crescimento quantitativo. De um total de cerca de 107.205 homens, presentes nos três teatros de operações no final de 1966, passa-se para um efectivo conjunto de 113 791, no final de 1967, representando um acréscimo de 6,14%, do qual o maior quinhão é resultante dos reforços enviados para Moçambique. O esforço de mobilização exigido ao contingente anual aproxima-se perigosamente do limite das capacidades da população metropolitana portuguesa. Salvo em 1973, não mais haverá, durante a guerra, efectivos metropolitanos nos três teatros de operações ao nível dos deste ano (84 636). Daí que seja cada vez maior a percentagem de tropas oriundas das próprias colónias em que se combate.
Em Outubro, um despacho conjunto dos ministros do Ultramar e da Defesa estabelece novos conceitos do combate de contra-subversão, apelando à unidade de acção entre militares e civis e enfatizando a importância da conquista e adesão das populações.
Já no final do ano, salienta-se a criação do novo sector F na Região Militar de Moçambique, abrangendo a região de Tete, medida que decorria da previsão, para breve, de um sério incremento da actividade guerrilheira naquela parte do território.
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