Flagelação ao Aeródromo Base 4 (AB4) em Henrique de Carvalho, Angola.
O AB4 era, em 1967, a principal infra-estrutura da Força Aérea no Leste de Angola. A Base Aérea foi flagelada com tiros de pistola-metralhadora e armas automáticas.
As bases eram um alvo de grande interesse para os guerrilheiros, porque se situavam normalmente nos extremos das localidades, o que facilitava as aproximações e as retiradas dos atacantes, continham os meios aéreos, os depósitos de combustível e oficinas, muito importantes para o desenrolar das operações das forças portuguesas e para o apoio às populações, e eram por isso alvos remuneradores e, dada a sua importância militar e civil, estes ataques causavam grande impacto psicológico, mesmo que não provocassem danos materiais de relevo.
Emboscada na estrada Bembe-Lucunga, no Norte de Angola, que causou sete mortos, oito feridos e um desaparecido às forças portuguesas. Os guerrilheiros levaram duas pistolas-metralhadoras e destruíram duas viaturas.
O grupo era constituído por 60 a 80 elementos divididos em três grupos – um de assalto, outro de detenção e outro de recolha, o que demonstra excelente instrução de combate.
Reunião da direcção da UNITA no interior de Angola.
A reunião teve lugar em Sacapage, na zona de Candala e estiveram presentes Savimbi, Massumba, Calundungo, Chingunji, Samuimbila, Muxima, Mateus e Sakuota.
A presença de Savimbi no interior de Angola estava referenciada desde Outubro de 1966, mas o facto de ele se encontrar a mais de 200 quilómetros no interior demonstrava grande aceitação por parte dos povos da região.
Os analistas militares portugueses (Perintrep 542 de 21 de Janeiro) consideravam que a “audácia de Savimbi, pouco comum entre os seus pares na chefia de outros movimentos emancipalistas, não pode granjear-lhe senão grande popularidade e adesões maciças”.
Apresentação da peça teatral de Peter Weiss em Estocolmo “Canção da Máscara Simbólica”, um ataque frontal e com grandes repercussões à política colonial portuguesa.
Convite do cardeal Cerejeira ao Papa Paulo VI para visitar Fátima.
O cardeal Cerejeira fez o convite para o papa visitar Fátima por ocasião do 50º aniversário das aparições, em nome da Igreja Católica Portuguesa, mas era evidente o carácter político da diligência do dignitário religioso mais próximo de Salazar. Este convite tinha como objectivo melhorar as relações de Portugal com o Vaticano, muito deterioradas pelas atitudes pró-independentistas de Paulo VI.
Paulo VI atraíra as iras de Salazar e do regime com várias atitudes. Em Dezembro de 1964, tinha visitado a União Indiana, o que Salazar considerou uma afronta, quando ainda estavam abertas as feridas da invasão e quando Salazar ainda se agarrava ao argumento religioso da
ofensa às relíquias de S. Francisco Xavier. Estava de pé o conflito por causa do exílio a que o regime forçara D. António Ferreira Gomes, bispo do Porto, e estava aberta nova querela religiosa com o bispo da Beira, D. Sebastião Soares de Resende.
Inauguração do Comando Ibero-Atlântico (IBERLANT) da NATO em Oeiras.
Este comando tinha sido atribuído a Portugal em 1966 e começou a funcionar nesse ano em instalações provisórias em Sintra (numa vivenda de Mem Martins). As razões apresentadas para a criação deste comando foram a necessidade de controlo dos submarinos soviéticos durante a Guerra Fria e das vias de comunicações entre a Europa e a América do Norte.
A escolha de Portugal deve-se ao interesse dos Estados Unidos em compensar Portugal pela concessão de facilidades na base dos Açores, apesar da política americana contra a política colonial portuguesa, e ainda pelas facilidades para a instalação de estações do novo sistema de ajudas à navegação em território português (sistema LORAN).
Documento da Oposição assinado por 55 membros da Acção Democrática e Social e enviado ao presidente da República, em que se declara que a política do Governo levou ao isolamento português e se pede a discussão dos problemas ultramarinos.
Despacho do ministro do Exército que aprova o Regulamento de Transladações dos restos mortais dos militares falecidos ou sepultados no Ultramar, transferindo para o Estado o encargo respectivo.