Presença do cônsul-geral dos Estados Unidos em Luanda num briefing no Comando-Chefe de Angola.
As novas relações entre Portugal e a administração Nixon permitiam já este tipo de participação de um diplomata americano em briefings militares portugueses num teatro de operações.
O relatório que o cônsul Richard Post fez para o Departamento de Estado indica que as acções dos guerrilheiros estavam a aumentar desde o ano anterior (1969) apesar das dificuldades dos movimentos nacionalistas se unirem para a acção.
Relativamente a Moçambique, os relatórios enviados pelos diplomatas americanos indicavam que a FRELIMO tinha conseguido abrir uma terceira frente, em Tete, e que o resultado desta pressão seria uma maior disponibilidade das forças portuguesas para aceitar o auxílio da Rodésia e da África do Sul. Este entendimento não desagradava aos Estados Unidos, pelo contrário, dentro da visão maniqueísta de Kissinger era através dos brancos e dos seus regimes que se poderiam “alcançar mudanças construtivas em África”. Esta nova posição dos Estados Unidos permitiu a Portugal adquirir aviões Boeing 707 e 747, que seriam utilizados para transporte de tropas entre a Metrópole e as colónias, substituindo os caros e demorados transportes por via marítima. Dois 707 seriam operados pela Força Aérea Portuguesa. Os investimentos americanos na África portuguesa cresceram de 168 milhões de dólares em 1968 para 368 milhões em 1970 e a Gulf Oil, com os seus interesses em Cabinda, era o maior investidor individual nas colónias portuguesas.