11/04/1968 -

Ataque do PAIGC ao Posto de Cantacunda causa 11 desaparecidos entre os militares portugueses.

O PAIGC atacou o destacamento de Cantacunda, sector de Canjambari (Geba), no Leste, causando um morto e 11 desaparecidos entre os militares portugueses e dois mortos e vários desaparecidos entre a população. Este tipo de ataques contra destacamentos de pequenos efectivos revelava-se cada vez mais rentável para os guerrilheiros. Os comandos militares portugueses demoraram algum tempo a perceber que a guerra tinha passado a um patamar superior e que estes pequenos postos guarnecidos por uma secção ou por um pelotão eram incapazes de garantir a sua defesa.

Os militares portugueses pertenciam à Companhia de Artilharia 1690.

Esta operação do PAIGC foi comandada pelo comandante Gazela. Os militares portugueses foram levados para Conacri. Cantacunda era um dos destacamentos da Companhia de Artilharia 1690, que tinha a sede na tabanca de Geba, na zona do Oio e que se dispersava por vários outros destacamentos, entre os quais Sinchã Jobel e Samba Culo.

O destacamento de Cantacunda caracterizava-se pelas péssimas condições das instalações do pessoal e pelos deficientes meios e condições de defesa. Ficava a cerca de 50 quilómetros da sede da companhia. Sem luz eléctrica, não dispunha de um simples gerador, estava junto à floresta, perto da base de Samba Culo, do PAIGC e como armamento dispunha de umas ultrapassadas metralhadoras Dreyse e Breda, morteiros de 81mm e 60mm. Os abrigos eram uns buracos de difícil acesso e sem condições interiores. O efectivo era de um pelotão, normalmente, embora no dia deste ataque apenas lá estivessem duas secções de atiradores.