O padre José Felicidade Alves defende, numa homilia em Lisboa, na paróquia de Belém, a necessidade de uma “solução de diálogo” para a guerra.
Desde o início da guerra em Angola que o padre José da Felicidade Alves, pároco de Belém, não se coibiu de exprimir as suas críticas à guerra, à polícia política e à ortodoxia religiosa. As suas homilias da missa do meio-dia, na capela dos Jerónimos, tornaram-se um escândalo político e social e criaram dores de cabeça ao cardeal Cerejeira.
Quando distribuiu na sua igreja um escrito do Papa Paulo VI contra a guerra, o regime e a hierarquia puseram-se de acordo para o afastarem. A decisão de lhe retirar a sua paróquia foi tomada quando estava em Paris. Quando regressou, ainda se apresentou na paróquia, mas o cardeal já tinha nomeado outro padre. Só em 7 de Novembro de 1968 foi finalmente demitido.