09/05/1968 -

Ataque ao Quartel-General da FRELIMO, em Dar es Salem.

Os escritórios centrais da FRELIMO em Dar es Salem foram atacados por um grupo de moçambicanos liderado pelo filho de Lázaro Kavandame e por Mateus Gwengere, um padre católico que já tinha chefiado o ataque contra o Instituto de Moçambique, no qual morreu Mateus Muthemba, membro do Comité Central da FRELIMO e apoiante de Eduardo Mondlane.

Lázaro Kavandame era reconhecido como o chefe da FRELIMO em Cabo Delgado e manifestava cada vez mais claras divergências com a estratégia de Mondlane e dos dirigentes da organização oriundos do Sul.

Kavandame argumentava que os esforços deviam ser concentrados para obter uma vitória militar sobre os portugueses, enquanto a hierarquia da FRELIMO defendia que deviam ganhar o apoio das populações do Norte antes de avançarem para Sul, uma estratégia que se veio a revelar correcta. Kavandame acusava Mondlane de não ser agressivo contra os portugueses. As divergências entre os dois homens aumentavam à medida que se aproximava o II Congresso da FRELIMO. Kavandame tinha proposto a sua realização no Planalto dos Macondes, enquanto os apoiantes de Mondlane se organizavam para o realizar no Niassa.