Directiva do Comando-Chefe da Guiné para a transferência da unidade estacionada em Madina do Boé.
Devido à sua localização, cercada de elevações de terreno, Madina do Boé era considerada a Dien-Bien-Phu portuguesa. A guarnição militar, uma companhia do Exército, reforçada com artilharia, era frequentemente atacada e vivia dentro de abrigos, sem capacidade para outra actividade operacional que não fosse garantir o seu reabastecimento.
Não existia qualquer interesse operacional em manter ali uma guarnição, não existiam populações locais que fosse necessário enquadrar ou proteger, pelo que a manutenção de uma unidade em Madina do Boé resultava apenas do preconceito de que sair podia ser visto como uma derrota.
A ordem de Spínola para abandonar a guarnição resultava da sua visão pragmática de fazer a guerra e era reveladora do seu conceito de manobra, decididamente orientado para a conquista das populações.
Abandonava terreno desabitado e libertava uma unidade que podia colocar numa zona de maior interesse.