17/09/1968 -

Ronda de conversações do presidente da República, Américo Tomás, pelos chefes militares, ministros e demais figuras do regime, antes de convidar Marcelo Caetano para suceder a Salazar.

Vários nomes foram considerados para suceder a Salazar, como os de Antunes Varela, Adriano Moreira e Franco Nogueira.

Depois de optar por Marcelo Caetano como o que reunia o maior consenso entre as várias facções do regime, Américo Tomás exige-lhe que mantenha a política africana. Marcelo Caetano responde que quer sufragá-la nas eleições de 1969 e Tomás interrompe-o afirmando que se o resultado for negativo as Forças Armadas intervirão.

A ameaça de intervenção das Forças Armadas caso ocorressem mudanças na política colonial pairará sempre sobre Marcelo Caetano, que nunca conseguiu libertar-se desse receio, nem conseguiu ganhar uma parte significativa da sua hierarquia para qualquer outra solução que não fosse a continuação da guerra.

Como muitos políticos portugueses marcados pela instabilidade da I República, Marcelo Caetano tinha dos militares portugueses uma visão conspirativa.