23/09/1968 -
Operação Exarco realizada por forças portuguesas na Zona Militar Leste, área de Moxico, durante a qual foi destruído o quartel-general da III Região Militar do MPLA (acampamento Dengue).
O heliassalto foi executado a 25 de Setembro por Pára-quedistas da 3ª BCP 21 a SE da serra de Muié.
Foram feitos 11 prisioneiros (dois homens, sete mulheres e duas crianças) e destruídas 40 cubatas.
O acampamento Dengue, da III Região Militar do MPLA, estava perfeitamente camuflado, fortificado, rodeado de trincheiras e tinha 40 cubatas.
No assalto foi morto o comissário político e “Mundo Leal”, comandante da Zona C da III Região Militar do MPLA. Foi capturada bagagem com muitos documentos do dr. Américo Boavida, médico e militante do MPLA.
Entre os documentos figurava o Plano Geral do Movimento, estabelecido em Janeiro de 1968 e que constituiu a orientação para a acção do MPLA. Através dele as forças portuguesas ficaram a conhecer com pormenor o Plano Geral do Movimento, que continha um Plano Militar, o qual estabelecia como objectivos a conquista de localidades de forças inimigas, principalmente onde ela era fraca, a intenção de ganhar o controlo efectivo de determinadas zonas do país, a organização de guerrilhas em zonas onde elas ainda não existiam, criação de novas regiões militares (a IV, na Lunda, e a V, no Bié), o estabelecimento de via de ligação entre a I e a III Regiões Militares.
Este plano militar, atribuído a Iko Carreira, dava uma ênfase especial à actuação na III Região Militar em virtude de ser a que apresentava melhores condições para servir de trampolim para a criação de novas regiões.
A progressão do MPLA ao longo da Rota Agostinho Neto fazia parte de plano e era o seu elemento mais importante.