27/09/1968 -

Tomada de posse de Marcelo Caetano como presidente do Conselho de Ministros.

O discurso da tomada de posse de Marcelo Caetano como presidente do Conselho de Ministros, em 27 de Setembro de 1968, ficará para sempre associado a uma frase: “Não me falta ânimo para enfrentar os ciclópicos trabalhos que antevejo”.

No seu primeiro Governo, Marcelo Caetano terá Sá Viana Rebelo na Defesa Nacional, Bettencourt Rodrigues no Exército, manterá Franco Nogueira nos Negócios Estrangeiros e Silva Cunha no Ultramar. Na tomada de posse, Marcelo Caetano elege como prioridade a defesa de África. Mas continua autonomista e, no rascunho do discurso, tinha introduzido a expressão “novos Brasis”. Franco Nogueira pediu-lhe que a retirasse. Caetano assim fez. Foi um mau prenúncio de tarefas ciclópicas – ter poder efectivo sobre a elite política, que Salazar controlou com um braço draconiano, mandar nos generais de África, manter o apoio da Igreja Católica e dos grupos económico-financeiros. Portugal tinha nas três frentes africanas cerca de 120 000 soldados e os gastos de guerra ascendiam a 51,9 por cento das despesas públicas.