06/02/1969 -

Desastre do Cheche na travessia do rio Corubal, durante a retirada das forças portuguesas do quartel de Madina do Boé, na Guiné.

Esta operação tinha em vista retirar as forças portuguesas da posição insustentável de Madina do Boé, cercada pelo PAIGC e depois ocupada logo a seguir, no mesmo
dia.

 

 

 

A companhia que estava em Madina do Boé havia 13 meses era a Companhia de Caçadores 1790, comandada pelo capitão José Aparício.

Depois de saírem de Madina, pelas nove da manhã do dia 6 de Fevereiro de 1969, as forças portuguesas perderam meia centena de homens e grande quantidade de material, quando a jangada que fazia a travessia do rio Corubal, se virou. Aparentemente por excesso de peso, ou pela sua má distribuição, agravado por uma detonação que provocou o pânico.

Na sequência da retirada e do desastre, o PAIGC ocupou Madina do Boé, Mejo e Cheche, tendo sido o facto alvo de exploração junto da opinião pública mundial por parte dos serviços de informação e propaganda do PAIGC.

O Exército justificou a retirada daquela região em consequência do reordenamento populacional, que exigia que aquelas populações fossem transferidas para aldeias de maior progresso económico e social.

De facto, o abandono do quartel de Madina do Boé fazia parte da reorganização do dispositivo militar que Spínola estava a levar a cabo desde que tomara posse. Madina era, juntamente com o Destacamento de Béli (já desactivado em Junho de 1968) e com Cheche, uma posição muito difícil de defender, por estar perto da fronteira da Guiné-Conacri, numa zona semidesértica e a uma cota inferior à dos morros do Futa Djalon, separada dos outros postos portugueses pelo rio Corubal, o que tornava esta localidade muito difícil de reabastecer ou mesmo de socorrer.