15/5/1969 a 18/5/1969 -

II Congresso Republicano, em Aveiro.

O II Congresso Republicano de Aveiro reflectiu o momento de primavera política dos primeiros tempos do marcelismo, sendo as respectivas sessões relatadas pelos jornais, o que era uma novidade no mundo da comunicação do regime.

Estiveram presentes cerca de 1500 delegados, o que transformou o congresso num grande evento e a sessão inaugural foi presidida por Hélder Ribeiro, um respeitado democrata. As sessões de trabalho foram dirigidas por Rodrigues Lapa e Orlando de Carvalho, dois universitários. A Oposição reclamou o debate livre sobre a guerra de África e a formação de partidos políticos.

A ruptura CDE-CEUD.

Ao congresso seguiu-se, a 15 de Junho, uma reunião da Oposição em S. Pedro de Muel, onde foi aprovada a Plataforma de Acção Comum.

Numa nova reunião, agora a 13 de Julho, realizada no Palácio Fronteira, de Fernando Mascarenhas, um monárquico oposicionista, desta vez promovida por Francisco Sousa Tavares, Arlindo Vicente e Francisco Pereira de Moura, foram notórias as tensões e divergências entre os comunistas e o grupo de Mário Soares, de que resultaria a cisão que levaria à criação de dois movimentos oposicionistas para concorrerem às eleições – a CDE, próxima do Partido Comunista, e a CEUD, do grupo que daria origem ao PS.

Como consequência desta cisão, também em Argel, a 9 de Novembro, a FPLN afastou o representante do PCP, Pedro Soares, e afirmou-se revolucionária, num processo que daria origem às Brigadas Revolucionárias (BR) e a 15 de Dezembro Silva Marques formalizou o processo de ruptura com o PCP, escrevendo uma carta aberta a todos os militantes e amigos do partido.