07/06/1969 -

Operação Zeta – acção das forças portuguesas no complexo da base Limpopo, a NO de Mocímboa do Rovuma, Moçambique, com localização de grande quantidade de material, incluindo espingardas Simonov, pistolas-metralhadoras, munições, granadas de morteiro, explosivos e minas.

A febre das grandes operações.

A realização da Operação Zeta é reveladora das diferenças de conceitos entre os generais portugueses quanto às grandes operações. O general António Augusto dos Santos, enquanto comandante-chefe em Moçambique, foi dos que resistiu quanto pôde, mas teve de ceder perante as pressões do general Deslandes, chefe do Estado-Maior-General.

Augusto dos Santos considerou na altura que teimavam “numa concepção profundamente errada de que em Cabo Delgado se pode ganhar agora a guerra”.

Operação Zeta – Os páras saltam no Planalto dos Macondes.

Em 7 de Junho de 1969 duas companhias de páras do Batalhão de Pára-quedistas 32 (Nacala) e uma do Batalhão de Pára-quedistas 31 (Beira) foram lançadas na zona de Malambuage, a sul do rio Rovuma, onde se situavam bases de apoio às infiltrantes da FRELIMO que partiam das bases na Tanzânia e se dirigiam ao “coração” do Planalto dos Macondes, na zona de Mueda, Nangololo e Sagal.

Embora não se tenham registado combates violentos, a Operação Zeta constituiu uma das principais referências da actividade das tropas Pára-quedistas em Moçambique porque foi o primeiro e o maior lançamento operacional de Pára-quedistas naquele teatro de operações e um dos raros que tiveram lugar durante toda a guerra.

O lançamento de Pára-quedistas permitiu surpreender os guerrilheiros, cuja organização defensiva estava organizada para o alerta e a defesa contra forças que se aproximassem por terra, levando-os a dispersar e a abandonar grande quantidade de material e ainda porque nela foram ensaiadas algumas manobras tácticas que melhorariam o futuro desempenho das forças em operações, como a mudança de zona de acção de uma unidade em plena operação com o emprego de helicópteros em elevado número.

Em 1972 os páras voltariam a saltar em ambiente operacional, na região de Tete.