01/10/1969 -

Anúncio, por Olof Palme, novo primeiro-ministro da Suécia, da criação de um programa de auxílio económico à FRELIMO e ao PAIGC, com desaprovação firme da política colonial portuguesa.

Os países escandinavos tiveram uma politica activa contra o apartheid e a favor das lutas de libertação africanas desde os anos 50 e foram muito mais generosos nas suas contribuições do que os outros países ocidentais. Existia um Africa Group, assim como um outro antiapartheid em cada país nórdico (Suécia, Dinamarca, Noruega, Finlândia).

A razão para este apoio deriva do facto destes países não estarem envolvidos nos problemas da África Austral, terem perdido as suas colónias no século XVIII, os seus negócios na área serem pequenos.

Como tinham saído da II Guerra Mundial sem grandes problemas internos, os seus jovens necessitavam de uma boa causa para se empenharem. As guerras de libertação em Angola, Guiné e Moçambique, na Rodésia e na Namíbia e a luta contra o apartheid ofereceram-lhes uma oportunidade de participarem num movimento política e moralmente estimulante, o que levou os movimentos de juventude a exercerem pressão sobre os seus governos para apoiarem os movimentos de libertação e suspenderem os investimentos nas colónias portuguesas, na África do Sul e na Rodésia.

 

 

O Governo sueco interveio para forçar a firma sueca ASEA a retirar-se do projecto de Cahora Bassa, a FRELIMO começou a ser apoiada com ajuda financeira a partir de Dezembro de 1968, embora essa juda tenha sido canalizada através do Instituto de Moçambique, dirigido por Janet Mondlane, e o PAIGC desde 1969. Ainda em 1969, o Partido Social-Democrata de Olof Palme convidou Amílcar Cabral, do PAIGC, e Oliver Tambo, do Congresso Nacional Africano (ANC) da África do Sul, a participarem no seu congresso em Estocolmo. Os países nórdicos, e em especial a Suécia, foram também muito activos no apoio a desertores portugueses da guerra colonial.