10/10/1969 -

Suspensão de Uria Simango do triunvirato que dirigia a FRELIMO, por ter acusado os outros dois membros, Samora Machel eMarcelino dos Santos, de práticas autoritárias.

Era a rotura definitiva entre as duas tendências no seio da FRELIMO, a de Uria Simango, por um lado, e Samora Machel e Marcelino dos Santos, por outro, tendo estes o apoio de Janet Mondlane, viúva do dirigente da FRELIMO e das autoridades da Tanzânia. O grupo de Machel irá conduzir a FRELIMO até à independência, eliminando do seu caminho todos os opositores. Este grupo pretendia iniciar uma revolução social, criando “um Homem novo e um país igualmente novo, sem autoridade administrativa colonial e sem os tradicionais regulados”.

Tratava-se, em suma, de levar à prática as teorias da guerra revolucionária de subverter a ordem colonial e eliminar a influência ocidental em território africano, mediante a aplicação de influências ideológicas próximas do marxismo-leninismo.

A partir do afastamento de Uria Simango, depois da neutralização de Kavandame, que se entregaria às autoridades portuguesas, com Miguel Murupa, um outro jovem fundador da FRELIMO, a união em torno de uma linha de acção previamente definida reforçou-se e os apoios aos dirigentes próximos de Machel cresceram.