24/10/1969 -

Refúgio de Marcelo Caetano no Posto de Comando da Força Aérea de Monsanto, por causa de rumores sobre um golpe de Estado.

Esta acção de Marcelo Caetano nunca foi esclarecida. Segundo André Gonçalves Pereira, que foi aluno de Marcelo Caetano e seu confidente, o homem que substituiu Salazar viveu durante os seis anos em que esteve à frente do Governo preocupado e temendo a hipótese de um golpe militar de direita. O próprio Américo Tomás, antes de lhe dar posse, tinha-o mais ou menos anunciado quando o avisou que as Forças Armadas interviriam se a política ultramarina fosse modificada.

Esta busca de refúgio ocorre nos dias anteriores às “eleições”, em que Marcelo Caetano inscreve Pinto Leite, Sá Carneiro, Pinto Balsemão, Magalhães Mota e Miller Guerra nas listas de deputados e que viriam a constituir a “ala liberal” do regime.