05/01/1970 -

A Região Militar de Moçambique anunciou a constituição dos primeiros grupos especiais (GE) de milícias e de uma companhia de morteiros.

Os GE eram constituídos por seis grupos, com um efectivo total de 550 homens. Estes grupos ficaram inicialmente estacionados em Palma e Pundanhar, Mocímboa da Praia, Nairoto, Muaguide, Macomia e Nambude, todos na zona de Cabo Delegado.

Também no mesmo dia foi criada a Companhia de Morteiros Médios (81mm), tendo como finalidade o apoio de fogos às forças de intervenção.

A criação destas unidades fazia parte da ideia de manobra de Kaúlza de Arriaga e quer os GE, quer a Companhia de Morteiros Médios, uma unidade de Infantaria e não de Artilharia, seriam empregues na Operação Nó Górdio.

 

 

Companhias de morteiros

A constituição de companhias demorteiros não era uma novidade no Exército português, uma vez que, na orgânica do final dos anos 50, os regimentos de Infantaria tinham uma companhia de morteiros pesados. Nem mesmo por parte dos movimentos de libertação, que também tinha organizado baterias de morteiros.

No Exército português foram utilizados principalmente:

  • Os morteiros de 60mm, a nível Companhia, sendo normalmente distribuídos um por pelotão, ou grupo de combate, onde eram empregues mais como lança-granadas (usados individualmente) do que como morteiros (por secções). Foi mesmo criado um “morteirete” usando o tubo de 60mm, mas sem prato base, sem bipé e sem aparelho de pontaria, no fundo um lança-granadas semelhante ao inglês de 51mm (2”);

  • Os morteiros de 81mm, a nível Batalhão, mas por vezes distribuídos pelas companhias;

  • Os morteiros de 120mm em pelotões ou companhias próprias empregues de maneira mais convencional, por vezes como substituto da Artilharia.

Quanto aos movimentos de libertação, utilizaram basicamente os morteiros de 82mm e de 120 mm, desenvolvidos na União Soviética ou fabricados em países de Leste, sendo em regra agrupados em bases de fogos para atacar aquartelamentos ou outras instalações fixas.