04/03/1970 -

Reunião de alto nível em Pretória, entre delegações de Portugal e da África do Sul, para um ponto de situação das relações militares entre os dois países,focando em especial os territórios de Angola e de Moçambique.

A delegação da África do Sul era chefiada pelo comandante das Forças de Combate Conjuntas, tenente-general C. A. Frasier, que mantinha relações muito estreitas com as autoridades militares portuguesas, quer em Portugal, quer em Angola e Moçambique.

Neste encontro, a África do Sul fez um longo ponto de situação das relações com as Forças Armadas Portuguesas, em especial no Sul e Sueste de Angola, bem como apresentou uma perspectiva de colaboração futura.

Em primeiro lugar, foi feito pela África do Sul um balanço das relações mantidas com Angola depois de 1968, através da Operação Bombaim, especialmente traduzida no apoio aéreo à acção das forças portuguesas no terreno.

Como afirmava o representante sul-africano, “a Força Aérea Sul-Africana tem estado a apoiar os Portugueses, no Este e Sudeste de Angola, em apoio directo e indirecto, desde Junho de 1968”.

Os resultados de tão profundo empenhamento não poderiam considerar-se brilhantes, pelo que se impunha uma revisão geral das condições de cooperação com as forças portuguesas, razão do encontro entre os representantes de ambos os países. A África do Sul propôs que se discutisse “um Plano de Defesa para a África Austral, que estabelecesse as normas de utilização das tropas disponíveis de forma coordenada e planeada para fazer face a um inimigo comum”.

Ou seja, como acentua o representante sul-africano: “Nós todos sentimos que é agora o tempo oportuno para nos juntarmos, com os necessários estados-maiores, a fim de elaborar as nossas disposições pormenorizadas e esperamos que vós concordareis em nelas participar connosco”. Este desafio teve continuidade em Outubro seguinte, com a intenção de uma profunda cooperação, desde logo iniciada através da consolidação do chamado “Exercício Alcora”, que viria a definir, até ao mais ínfimo pormenor, a cooperação das forças armadas dos dois países, a que se juntaria a Rodésia.