31/03/1970 -
Posse de Kaúlza de Arriaga do cargo de comandante-chefe de Moçambique.
Kaúlza de Arriaga assumiu o cargo de comandante-chefe de Moçambique, em substituição de Augusto dos Santos. Estava disposto a aniquilar a FRELIMO, para o que se preparou para rever concepções tácticas e logísticas epreparar operações de envergadura.
A solução Kaúlza: busca e destruição
O elemento mais característico e surpreendente da acção de Kaúlza de Arriaga foi a proposta de vitória militar numa guerra de contraguerrilha.
No plano táctico a “solução” que Kaúlza de Arriaga propôs para ganhar a guerra em Moçambique assentava em acções militares, com a execução de operações contra alvos de grande importância, pela pesquisa, captura e destruição sistemáticas do inimigo e pela eliminação prioritária de eventuais “bases” e “áreas libertadas”.
Em vez de desenvolver a manobra das suas forças colocando-as junto às populações e sobre os eixos de infiltração, de fazer uma guerra de “dia-a-dia”, evitando tanto quanto possível os grandes confrontos, tomou a iniciativa de atacar sem perda de tempo a FRELIMO nos seus redutos do planalto dos macondes.
A Operação Nó Górdio e o seu complemento, a Operação Fronteira, representam o conceito de manobra de Kaúlza de Arriaga, assente no ataque aos pontos fortes do adversário.
O problema foi que o ponto forte da FRELIMO já se encontrava a centenas de quilómetros a sul, na zona de Tete, e não era constituído por bases no terreno, guarnecidas por guerrilheiros, mas por populações.