Colóquio na Cooperativa de Estudos e Documentação com o título “Reflexões sobre uma experiência pessoal” dirigido pelo capitão Ernesto de Melo Antunes.
Durante este colóquio foram abordados vários problemas ligados ao Exército e às Forças Armadas.
Melo Antunes afirmou que “no regime fascista que nos governa os generais têm, através do Estado-Maior General, influência decisiva na solução dos problemas militares, concentrando em si, nos bastidores, grande parte do poder político, perante o qual o próprio chefe do Governo tem de se vergar”. Melo Antunes disse que a Guerra Colonial era uma guerra injusta e era, além disso, uma guerra perdida. Criticou severamente a tese do Governo de que a guerra do Ultramar era benéfica para a economia do país e afirmou que não era verdade o boato de que a maioria dos oficiais estivessem materialmente interessados em fazer a guerra.
Melo Antunes exprimiu a opinião de que a solução da guerra só podia ser política – uma opinião partilhada pelos assistentes, entre os quais a DGS destacou Pedro Coelho e Fernando Oneto.
Para Melo Antunes, a democratização das Forças Armadas só podia ser realizada com a queda do regime.