02/09/1970 -

Criação dos Grupos Muito Especiais (GME), em Moçambique.

Por determinação de Kaúlza de Arriaga foram criados em 2 de Setembro os Grupos Muito Especiais (GME) que, segundo a directiva de criação, deveriam ser “constituídos por elementos caracteristicamente guerrilheiros, mas cuidadosamente seleccionados e altamente treinados, que devem, igualmente, realizar missões caracteristicamente de guerrilha, mas  especiais”.

A vulgarização da classificação de “especiais” a qualquer tropa originou a necessidade de designações como esta dos “muito especiais”. Kaúlza de Arriaga, para rentabilizar estas unidades que, de facto, se destinavam a realizar operações encobertas no exterior, alterou, a 7 de Dezembro, o conceito de formação e organização dos GME, integrando-os no Batalhão de Comandos de Moçambique, como a 4ª Companhia de Comandos.

A filosofia de criação e emprego destes Grupos Muito Especiais era idêntica ao do Centro de Operações Especiais da Guiné, segundo a qual, inicialmente, dependiam do Gabinete do Comandante-Chefe (Spínola) e foram integrados mais tarde no Batalhão de Comandos Africanos e era também idêntica à dos Flechas de Angola. Tratava-se de unidades constituídas por militares locais com capacidade para actuarem como os guerrilheiros – operações de pseudoguerrilha, ou operações “sem assinatura” no exterior, para lá das fronteiras.