29/11/1970 -

Início da Operação Apollo em Chicoa, Tete, com forças rodesianas.

Foi a primeira operação de longa duração de forças rodesianas em Moçambique. Esta operação teve o seu quartel-general em Chicoa, na margem sul do rio Zambeze, ondeestava instalado o COFI (Comando Operacional das Forças de Intervenção), e envolveu, da parte portuguesa, uma companhia de Comandos, duas companhias de Caçadores e um destacamento de cinco helicópteros portugueses AL III.

Pelo lado rodesiano as forças pertenciam à força aérea e eram constituídas por um destacamento de seis helicópteros AL III e respectivas tripulações, uma secção de operações e uma equipa de pisteiros de combate (Sellous Scout).

O objectivo da operação era detectar, perseguir e eliminar guerrilheiros da FRELIMO e da ZANLA (o Exército da ZANU) que fossem detectados a sul do Zambeze.

Operação Apollo foi o nome de código dado pelos rodesianos.

A opinião dos rodesianos sobre as tropas portuguesas

Descrição feita pelo comandante da unidade da Força Aérea da Rodésia e das suas impressões: “As forças portuguesas são constituídas maioritariamente por militares do serviço obrigatório (conscritos) cuja maior ambição é verem passar os dois anos de comissão e regressarem intactos a Portugal. Têm um “fraco coração” para combater. (…)

Fazer operações com os portugueses era muito frustrante para todos nós, especialmente para o Exército rodesiano.

Frequentemente as nossas tropas poderiam seguir pistas frescas e em poucos minutos poderiam estar em contacto com eles, mas o comandante português decidia que era tempo de sesta. Os terroristas podiam fugir e não ser encontrados naquele dia. Era certamente um bom modo de se assegurar que ninguém seria morto ou ferido. (…)

A operação terminou a 15 de Dezembro de 1970. As forças de segurança rodesianas começaram a perceber as razões pelas quais as forças portuguesas tinham tão pouco sucesso nas suas operações antiterroristas”.

Estes comentários, publicados no livro Only My Friends Call Me “Crouks”: Rhodesian Reconnaissance Specialist, de Dennis Croukamp, são pouco rigorosos e não correspondem ao que vários militares portugueses envolvidos nas operações relatam.