22/03/1971 -

Missão de defesa antiaérea de Bissau atribuída à corveta Jacinto Cândido.

Na sequência da Operação Mar Verde e da onda de solidariedade levantada em redor da Guiné-Conacri, as autoridades portuguesas da Guiné admitiram como provável um ataque de retaliação de forças africanas, nomeadamente um ataque aéreo da Força Aérea da Nigéria.

Esta ameaça era suportada pelo facto de aviões MIG-17 de Conacri terem sobrevoado Bissau. Uma informação obtida pela DGS revelava que estes aviões eram tripulados por pilotos argelinos. A corveta Jacinto Cândido devia assim fornecer os seus meios de detecção aérea e preparar-se para responder a um ataque.

A defesa antiaérea da Guiné

Do Grupo de Artilharia da Guiné faziam parte três baterias de artilharia antiaérea, duas instaladas próximo de Bissau para defesa do aeroporto e uma outra com os pelotões distribuídos por Nova Lamego, Aldeia Formosa e Nhacra, este para defesa dos emissores de rádio.

A ameaça aérea quer pela utilização de aviação por parte do PAIGC quer por parte de outros países africanos impunha a necessidade de uma eficaz defesa antiaérea, mas os depósitos de Beirolas estavam já vazios e o embargo ao fornecimento de material de guerra a Portugal não permitia que ele fosse fornecido, e assim se recorreu a material existente, com as peças antiaéreas de 9,4cm, que também foram utilizadas como artilharia de campanha. A ameaça de utilização de aviação por parte do PAIGC, que dispunha em 1973 de seis pilotos formados e se preparava para receber aviões, levou a adquirir em França, através de um nebuloso processo, uma bateria de mísseis terra-ar Crotale, que, contudo, não chegou a sair de Portugal.