25/04/1971 -

Criação da Zona Operacional de Tete (ZOT), em Moçambique, abrangendo os sectores F, G e H (Tete, Chicoa/Fingoé e Furancungo).

A criação da Zona Operacional de Tete (ZOT) colocou a região sob autoridade militar. Esta decisão tinha por suporte legal o Decreto-Lei N.º 182/70, que permitia que passassem para a autoridade militar certas áreas do território onde as operações tivessem marcada preponderância, competindo aos chefes integrar, orientar e coordenar todos os esforços, militares e civis.

A criação da ZOT seguia a experiência da Zona Militar Leste em Angola e tinha por finalidade assegurar o controlo da área onde se estava a construir a barragem de Cahora Bassa, mas foi uma decisão tomada demasiado tarde para controlar a situação e evitar o alastramento e a intensidade da guerra. Era em Tete que Kaúlza de
Arriaga deveria ter centrado o esforço das Forças Armadas desde a sua chegada a Moçambique. Era isso que esperavam dele o Governo, que enviara para governador-geral Arantes e Oliveira, um entusiasta da barragem, para o orientar, e os accionistas da ZAMCO, o consórcio internacional que viu com bons olhos a nomeação de um engenheiro, com experiência de gestão e política, para comandante-chefe.

Ninguém previra que, em vez de Tete, Kaúlza orientasse os seus esforços contra as fortalezas da FRELIMO no planalto dos Macondes, a 800 quilómetros de distância.