11/12/1971 -

Início de um conjunto de operações de desestabilização contra o Governo da Tanzânia, lançadas a partir de Moçambique.

No dia 11, dois aviões sobrevoaram a baixa altitude Dar es Salam e lançaram panfletos em inglês e em swahili atacando o Governo de Nyerere e acusando-o de comunista.

Os panfletos tinham impresso a fotografia e a assinatura de Óscar Kambona, ex-secretário do partido governamental TANU, exilado em Londres havia quatro anos.

Nos panfletos afirmava-se que a área de Songea (sul da Tanzânia, zona de macondes) seria governada por Kambona.

Entre Dezembro de 1971 e Maio de 1972, a Força Aérea Portuguesa lançou milhares de panfletos no Sul da Tanzânia, atacando o presidente Nyerere, simulando representar os pontos de vista da Oposição interna, liderada por Óscar Kambona.

Estas acções estavam integradas numa operação mais vasta de desestabilização da Tanzânia e que envolvia a PIDE e, como quase tudo o que acontecia em Moçambique, o engenheiro Jorge Jardim. Esteve previsto um ataque aéreo feito com Fiat G-91 à base da FRELIMO de Nachingwea e um golpe de Estado na Tanzânia para derrubar Julius Nyerere.

Para este efeito, a PIDE aliciou Óscar Kambona, antigo ministro de Nyerere, que desertou numa fuga organizada por Jardim e que passou a viver em Genebra a expensas do Governo português.

Ao contrário da autorização dada a Spínola para a realização da Operação Mar Verde de assalto a Conacri, Marcelo Caetano não autorizou Kaúlza de Arriaga a atacar as bases da FRELIMO, mas deixou a PIDE prosseguir as acções de desestabilização do Governo tanzaniano.

Em Fevereiro de 1973, a PIDE ainda organizou a Operação Girassol reunindo em Genebra um conjunto de oposicionistas a Nyerere chefiados por Kambona.

Também no mesmo ano, a PIDE, de novo com Jorge Jardim, apoiou uma reunião em Paris com o sultão de Zanzibar, para promover a secessão da ilha, separando-a de novo do antigo Tanganica, e assim causar problemas à Tanzânia, resultante da união do Tanganica com Zanzibar.