01/01/1972 -

D. Manuel Vieira Pinto, bispo de Nampula, critica violentamente o Governo e a sua política de guerra.

A Guerra Colonial dividiu profundamente a Igreja Católica em Moçambique. Uma parte da hierarquia, liderada pelo arcebispo de Lourenço Marques, D. Custódio Alvim Pereira, defendia expressamente as posições do Governo, outra parte, mais numerosa, cujo expoente máximo era o bispo de Nampula, D. Manuel Vieira Pinto, criticava abertamente a identificação da Igreja com a política do Governo e preparava-se para defender o direito à independência.

Numa posição intermédia encontrava-se o presidente da Conferência Episcopal, D. Francisco Teixeira, que se queria em uníssono com as posições do Vaticano de recusa da intervenção da Igreja na política, quer para defender o colonialismo, quer para advogar a independência.

A posição era a de defender os direitos humanos, mas sem fazer disso um cavalo de batalha com as autoridades portuguesas.