8/4/1972 a 12/4/1972 -

Operação Penada: os Pára-quedistas saltam em Tete.

Em 1972, a FRELIMO exercia o seu esforço militar na região de Tete. Os guerrilheiros infiltravam-se pela penetrante do rio Capoche em direcção à barragem de Cahora Bassa, vindos da Zâmbia, ou pela Rodésia de Ian Smith, causando preocupações aos dirigentes da colónia rebelde que declarara a independência branca e unilateral.

Elementos das forças de segurança rodesianas penetravam em Moçambique, perseguindo guerrilheiros, e unidades completas participavam em operações militares com as forças portuguesas, nomeadamente através de destacamentos de helicópteros estacionados em Chicoa, e de pisteiros. As forças portuguesas, sob o comando do general Kaúlza de Arriaga, não acertavam com uma resposta adequada e eram acusadas pelos rodesianos de pouco eficientes.

Numa apreciação geral, os militares de Ian Smith consideravam que os militares portugueses dispunham de um mau serviço de informações, o que não lhes permitia conhecer os movimentos e as localizações dos guerrilheiros, a sua mobilidade era reduzida devido ao baixo número de helicópteros, o emprego de forças africanas não regulares, Grupos Especiais (GE) e Grupos Especiais Pára-quedistas (GEP) não retirava o melhor rendimento das suas características e, por último, a acção dos militares portugueses era de apatia, não perseguindo nem destruindo os grupos de guerrilheiros.

É neste contexto, tendo como objectivo não declarado demonstrar aos rodesianos as capacidades operacionais das forças portuguesas, e também no âmbito de uma acção para impedir que uma delegação da ONU entrasse em Moçambique, que em Abril de 1972 o Batalhão de Caçadores Pára-quedistas 31 recebe a missão de realizar uma série de operações, a que foi dado o nome de Penada, junto às fronteiras com a Zâmbia, Malawi e Rodésia. Estas operações iniciaram-se com um lançamento em pára-quedas, a terceira operação deste tipo realizada em Moçambique, a que se seguiu um intenso esforço operacional com grande emprego de helicópteros para deslocamento de tropas na zona fronteiriça.