Artigo do Jornal de Economia e Finanças, advogando a não entrada na CEE, em virtude de, ao fazê-lo, Portugal ser obrigado a abandonar o Ultramar.
O Jornal de Economia e Finanças expressava as posições dos círculos políticos e empresariais mais conservadores e mais dependentes do comércio colonial e que tentavam opor-se aos “jovens tecnocratas europeístas” que Marcelo Caetano trouxera para o Governo.
Os acordos comerciais celebrados com a CEE e, principalmente, a progressiva liberalização das entradas de capitais estrangeiros, em especial da França, Alemanha e Reino Unido, todos países da CEE, assustavam os velhos capitalistas que haviam vivido à sombra do proteccionismo salazarista.
As tensões entre europeístas e colonialistas representavam as duas opções do regime. O que estava em causa era Portugal ser um país europeu ou ir procurar o seu futuro em África, sob uma fórmula que não se vislumbrava. Um Portugal africano era incompatível com o Portugal que se inclinava para a Europa.