19/05/1972 -

Recondução de Spínola nos cargos de governador e comandante-chefe da Guiné.

Spínola chegara à Guiné em 1968 para um mandato de quatro anos como governador e comandante-chefe.

Esse mandato terminava em Março de 1972 e o general esteve muito relutante em aceitar um prolongamento de dois anos, como veio a acontecer. A 14 de Março ainda enviou uma carta a Marcelo Caetano queixando-se de não terem sido cumpridas as condições acordadas com Salazar para aceitar o cargo, nomeadamente a formação de uma equipa escolhida por si.

Para fundamentar a sua recusa, Spínola refere que “convenceríamos melhor o mundo e as populações africanas da autenticidade das nossas teses desvinculando-as de critérios ou mandatos pessoais e transferindo-as para o quadro de uma doutrina com raízes profundas nas instituições nacionais…”.

No entanto, após insistências de Marcelo Caetano, Spínola aceitou ficar mais dois anos na Guiné.

As incongruências de Marcelo

A manutenção de Spínola parece mais uma incongruência de Marcelo Caetano, ao propor ao general que permanecesse na Guiné, para logo nos dias seguintes, a 26 de Maio, lhe negar a continuação da sua política de contactos com Senghor para chegar a um plano de paz com o PAIGC e lhe dizer que preferia uma derrota militar a negociar.