18/09/1972 -

Ataque da FRELIMO à base aérea de Mueda (AM 51).

Relato do comandante do AM 51:

“Às 18.30, ao lusco-fusco, os militares do aeródromo de Mueda começam a ouvir uns fortes zumbidos, por cima das cabeças, seguidos de rebentamentos à distância, que se vão aproximando da área do quartel. O alerta é estabelecido e o capitão Estevinho, com o furriel Vaz de Carvalho como apontador, descola no helicanhão e dirige-se para a área donde saem os disparos, abrindo fogo.

Imediatamente constata que a reacção antiaérea, disposta numa longa linha de metralhadoras pesadas ZPU de 14mm, é fortíssima e os disparos do canhão, denunciando a posição do AL III, expõem-no ao fogo inimigo e ao abate certo. O capitão Estevinho manda o furriel Carvalho cessar os disparos e pede para a base apoio aéreo de aviões Fiat e T-6.

Já com pouca luz descolam dois com os furriéis Semedo e Vilela aos comandos, armados com foguetes e metralhadoras e descolam com um pequeno intervalo, enquanto o capitão Costa Joaquim e o alferes Zagalo põem em marcha as turbinas dos Fiat.

O capitão Estevinho, apercebendo-se que o furriel Vilela se dirige directamente para a área dos disparos, agora em silêncio, ainda tenta avisá-lo para que circunde a área a fim de atacar pela retaguarda, mas não é ouvido. O furriel Semedo efectua a manobra de envolvimento e o avião do furriel Vilela, iluminado pela lua, é alvo das antiaéreas e é abatido, despenhando-se em chamas. Entretanto, com os Fiat, o T-6 e o heli reagindo fortemente, o inimigo retira”.