20/10/1972 -

Nomeação do engenheiro Fernando Santos e Castro como governador-geral de Angola.

A revisão constitucional de 1970 tinha ficado muito aquém das esperanças de aumento da autonomia das colónias e havia decepcionado as elites locais, especialmente em Angola. Para ultrapassar esta decepção, Marcelo Caetano engendrou um processo de dar às grandes colónias a autonomia que não tivera coragem de incluir nas alterações à Constituição, publicando uns novos estatutos político-administrativos.

Santos e Castro foi o homem que ele escolheu para “dar a volta” ao texto da Constituição e ainda o peão através do qual o primeiro-ministro neutralizaria o integrista Silva Cunha, que seria transferido do Ministério do Ultramar para o da Defesa.

Santos e Castro, além da fidelidade a Marcelo Caetano, tinha a vantagem de ser um antigo dirigente da Casa dos Estudantes do Império, presidente da sua primeira direcção, amigo de nacionalistas angolanos e de alguns membros das elites brancas e mulatas locais. Como tem sido referido através de testemunhos de pessoas envolvidas nesse processo, levou também para Angola a missão de preparar, se fosse necessário, uma secessão controlada da colónia.