30/12/1972 -

Início da vigília na capela do Rato, em Lisboa, durante a qual um grupo de católicos aprovou um documento contra a Guerra Colonial.

No dia 30 de Dezembro, no final da missa na capela da Juventude Escolar Católica (JEC), na Calçada Bento da Rocha Cabral (junto ao Largo do Rato, em Lisboa), uma jovem católica leu uma declaração anticolonial, explicando a decisão tomada por um grupo de pessoas de entrarem em greve da fome.

A partir daí os presentes constituíram-se em assembleia, pela qual passaram durante dois dias centenas de pessoas, católicas e não católicas.

O facto deste protesto se desenrolar no coração de Lisboa transformou-o numa manifestação pública contra a Guerra Colonial.

As repercussões da manifestação aumentaram com a distribuição de panfletos à porta das igrejas no domingo e pelo lançamento de petardos em 30 locais diferentes de Lisboa e margem sul.

O Governo hesitou durante dois dias na acção a tomar e no dia 31 à noite a polícia entrou na capela e prendeu as pessoas que lá se encontravam, entre elas Francisco Pereira de Moura, Nuno Teotónio Pereira, Luís Moita, José e Benedita Galamba de Oliveira, Luís Salgado de Matos, Jorge Wemens e Francisco Louçã.